Covid-19: Pré-escolar em dificuldades

Covid-19: Pré-escolar em dificuldades
Sharon McCutcheon Pexels.com

Mais de 100 mil crianças e jovens testaram positivo ao vírus desde o recomeço das aulas.

As escolas e estabelecimentos pré-escolares têm sido o motor para o grande aumento de infeções de covid-19. Desde o arranque do segundo período, a 10 de janeiro, mais de 100 mil crianças e jovens testaram positivo ao vírus. O crescimento galopante situa-se na faixa etária dos zero aos cinco anos.

O problema afeta também os funcionários e educadores do pré-escolar, o que está a provocar grandes constrangimentos no funcionamento das instituições.

Com os trabalhadores em casa, muitas salas têm de ser encerradas. A Associação de Creches e Pequenos Estabelecimentos de Ensino Particular queixa-se que tem sido difícil substituir os trabalhadores em falta. 

“Complicado de gerir nas creches é quando realmente fica a educadora e a auxiliar. Já temos muitos casos em que isso está a começar a acontecer. Ficam elas também infetadas e vão ter de ficar em casa, conseguir depois arranjar alguém para substituir não está a ser nada, nada fácil. Naturalmente que existem várias opções e que as creches tentam sempre resolver da melhor maneira porque todos nós entendemos que temos de manter as creches abertas, para bem de todos, para bem das empresas, também dos pais, para bem das crianças. Temos que fazer um esforço. Há creches que efetivamente tentam distribuir os alunos por outras salas, quando isso é possível, principalmente, a nível do jardim-de-infância”, afirmou Susana Batista, presidente da ACPEEP, em entrevista à Record TV.

Para resolver o problema, a associação reclama que o Governo estenda o apoio que já existe para as IPSS’s também para o setor privado. Na prática seria possível recorrer a pessoas que estão na situação de desemprego para substituir quem está em isolamento profilático.

“É que estas pessoas que vêm do subsídio de desemprego apoiar estas instituições continuam a receber do fundo de desemprego, ou seja, não têm que suspender o subsídio. O grande risco que as pessoas não querem correr. Continuam a receber do seu subsídio de desemprego e, além disso, o IEFP com este apoio vai ainda pagar a estas pessoas um adicional, para virem trabalhar para as instituições que estão com falta de recursos humanos e assim, conseguem todos evitar fechar salas, quando as equipas todas ficam em isolamento e é este apoio que nós reclamamos, também para o nosso sector”, salienta a responsável.

Susana Batista dá ainda conta que, do lado dos pais, nem sempre há compreensão das dificuldades enfrentadas pelas instituições, que por falta de recursos humanos, são obrigadas a encerrar salas do pré-escolar. Neste cenário, os pais não têm qualquer dispensa ou apoio para ficarem em casa com os filhos que testem negativo à covid-19.