Quarta dose da vacina só para imunodeprimidos

Aberto autoagendamento de dose de reforço para maiores de 45 anos

Agência Europeia de Medicamentos (EMA) rejeita “vacinação repetida” com doses de reforço contra a covid-19 num curto prazo.

“Ainda não tivemos acesso a dados relativas a uma quarta dose [das vacinas anticovid-19 aprovadas] e gostaríamos de ver estes dados antes de podermos fazer qualquer recomendação mas, ao mesmo tempo, estamos bastante preocupados com uma estratégia que prevê a vacinação repetida dentro de um curto prazo”, disse o chefe da Estratégia de Ameaças Biológicas para a Saúde e Vacinas da EMA, Marco Cavaleri.

Falando na primeira conferência de imprensa do ano da agência europeia, Marco Cavaleri acrescentou “isto é algo que deveria fazer parte de uma estratégia global […] de vacinação ao longo do tempo, deixando claro que não se pode realmente dar continuamente uma dose de reforço a cada três, quatro meses”.

“Claro que quando se trata de pessoas vulneráveis e a imunodeprimidos, a história será um pouco diferente e, de facto, para os imunodeprimidos, será de esperar que uma quarta dose seja considerada”, adiantou o especialista.

Países como Israel estão já a administrar a quarta dose da vacina contra a covid-19 a pessoas vulneráveis, desde 31 de dezembro passado, na expectativa de mitigar os efeitos de uma nova onda de contágios devido à propagação da variante Ómicron.

Cerca de um ano após o lançamento de um plano de vacinação maciço através de um acordo com a empresa farmacêutica Pfizer e quase seis meses depois de ter começado a administrar doses de reforço, as autoridades sanitárias israelitas deram ‘luz verde’ para administrar a quarta dose de vacina a pessoas com o sistema imunitário comprometido.

Em meados de dezembro, em Bruxelas, o primeiro-ministro, António Costa, revelou que Portugal já apresentou um pedido de compra conjunta de uma nova vacina covid-19 adaptada à variante Ómicron, para o caso de ser necessária uma quarta dose.

A posição da EMA numa altura de elevado ressurgimento de casos por infeção com o SARS-CoV-2, que ainda assim não se traduz em mais internamentos ou mortes.

A contribuir para o elevado número de casos, que batem máximos, está a elevada transmissibilidade da variante de preocupação Ómicron.