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Notícias Cultura & Famosos Príncipe Harry: “Não conseguia confiar em ninguém”

Príncipe Harry: “Não conseguia confiar em ninguém”

Príncipe Harry: “Não conseguia confiar em ninguém”
REUTERS

Em tribunal, Harry denunciou “a invasão da imprensa” durante a maior parte da sua vida e assumiu que os tablóides e as alegadas escutas minaram a sua confiança nas pessoas.

Pela primeira vez em 130 anos um membro da família real britânica entrou num tribunal para testemunhar. Tal não acontecia desde a audiência de Eduardo VII em 1891.

A honra coube ao príncipe Harry que, depois de ter faltado à primeira sessão, compareceu hoje no tribunal superior de Londres para testemunhar no processo que moveu contra o grupo que detém o jornal britânico Daily Mirror.

O duque de Sussex acusa o Daily Mirror de publicar durante vários anos artigos tendo por base informações íntimas e confidenciais, recolhidas através de escutas ilegais.

Num comunicado escrito, enviado antes de começar as declarações em tribunal, Harry explicou que os acessos indevidos ao voicemail e mensagens do telefone particular começaram na adolescência, quando frequentava o colégio interno Eton. Nessa nota, o duque de Sussex acusou os tablóides britânicos de colocar os membros da família real em determinados “papéis” e, com as notícias publicadas”, criar uma “versão alternativa e distorcida” dele.

Entre os episódios relatados, Harry explicou como os rumores de que James Hewitt seria o seu pai biológico foram “dolorosos, maus e cruéis”.

No mesmo documento, o príncipe acusa ainda o antigo editor do Mirror, Piers Morgan, de ter protagonizado “ataques pessoais horríveis” contra ele e a esposa Meghan Markle, logo após o início do processo, “possivelmente em retaliação e na esperança de que eu voltasse a atrás”, afirmou.

Em tribunal Harry explicou que sentiu “hostilidade por parte da imprensa desde que nasceu” e que a constante atenção dos tablóides deixaram-no paranóico, sem capacidade de confiar em alguém.

Príncipe Harry: "Não conseguia confiar em ninguém"
D.R.

A defesa de Harry acusa ainda o grupo de media de utilizar detetives particulares para investigar o filho mais novo de Diana, apresentando 147 artigos de jornal para sustentar a acusação. Destes, o tribunal só admitiu 33, alguns deles com mais de 20 anos.

O advogado Daily Mirror, fez o contra-interrogatório ao príncipe, defende-se afirmando que muitos dos artigos mencionados foram publicados antes de Harry possuir um telemóvel e que muitas das histórias divulgadas eram já de domínio público, avançadas por assessores e publicadas por outros órgãos de comunicação social.

Apesar da polémica, o jornal já admitiu utilizar escutas telefónicas contra várias personalidades mas recusou sempre alguma vez ter utilizado este método com um membro da realeza.

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