Carolina Ferraz: ‘Estou superfeliz no ‘Domingo Espetacular’

Carolina Ferraz: 'Estou superfeliz no ‘Domingo Espetacular’
D.R.

A atriz e empresária assumiu que não tem intenção de voltar a gravar novelas e quer apostar na sua carreira de apresentadora.

Atriz, produtora, apresentadora, empresária, profissional de dança e ex-modelo. São as valências da goiana Maria Carolina Álvares Ferraz, 54 anos, que faz sucesso como apresentadora do programa ‘Domingo Espetacular’, ao lado do jornalista Eduardo Ribeiro.

“Sempre tive disposição de realizar projetos distintos sem me reprimir. É um traço da minha personalidade. Fui modelo e estudei dança. Depois, como atriz, produzi uma boa parte das peças de teatro e projetos em que atuei. Procurei fazer o mesmo no audiovisual e nos programas de gastronomia e culinária”, explica Carolina.

Nesta entrevista descontraída, Carolina reforçou pontos importantes da sua trajetória. Recordou a mudança de Goiânia para São Paulo, aos 14 anos, o início como modelo e profissional de dança e os principais trabalhos como atriz de TV, teatro e cinema. A apresentadora não escondeu qual é o seu próximo sonho: “A médio prazo, gostaria de ter um programa próprio, para apresentar, entrevistar e cozinhar à minha maneira”.

Completa dois anos de ‘Domingo Espetacular’ em julho. Como avalia o seu trabalho até aqui?
Estou extremamente feliz com o resultado e a repercussão. A fazer o que queria. Não tenho, pelo menos por enquanto, a mais remota intenção de voltar a fazer novelas. Continuo a ser atriz, claro. Sempre animada com cinema, teatro e outros projetos audiovisuais, mas novelas, de momento, não. Quero apresentar. Sinto-me altamente realizada por ter conquistado essa meta.

De onde vem a energia para decidir estar em tantas frentes?
Sempre tive disposição de fazer coisas diferentes sem me reprimir. É um traço da minha personalidade. Atuei e estudei dança. Depois, como atriz, produzi boa parte das peças de teatro em que atuei. Procurei fazer o mesmo no audiovisual, nos programas de gastronomia e culinária e também nos projetos de Internet. Durante a pandemia, produzi uma websérie e criei muito conteúdo para o YouTube e outros espaços da Internet. Agora, mais madura, sinto-me ainda mais segura para utilizar os meus recursos, desenvolver essas atividades e estar pronta a experimentar outras. Sou feliz assim.

Tem feito inúmeras entrevistas e reportagens no ‘Domingo Espetacular’, que mereceram muitos aplausos do público. A conversa com o ex-deputado estadual por São Paulo, Arthur ‘Mamãe Falei’ do Val, que perdeu o mandato após declarações impróprias na Ucrânia, é um exemplo recente. Preparou-se de forma especial para esse trabalho?
Não no sentido académico. Mas eu sempre me interessei pelo tema ‘comportamento’. Conversar e escutar o outro sobre os mais diversos assuntos. Deixar o entrevistado falar para aumentar as probabilidades de que ele ofereça informações novas e inéditas. As experiências de relacionamento com o público em teatro, cinema e televisão, como atriz e apresentadora, e estudar as reações e respostas das pessoas, também contribuíram bastante. E, claro, o facto de eu ter sido entrevistada durante toda a carreira, a observar a estrutura e a dinâmica da coisa, complementou a aprendizagem.

Muita observação, portanto…
Isso. Aprendi até mesmo com as coisas que me incomodavam como entrevistada. [risos] Faz parte. Além disso, observo os meus colegas jornalistas e pesquiso sobre a vida das pessoas antes das entrevistas. Faço isso para o ‘Domingo Espetacular’ e também antes das entrevistas publicadas nas minhas redes sociais. A minha formação como apresentadora é a soma desses fatores.

Mudou-se com a sua mãe de Goiânia para São Paulo em 1982, aos 14 anos, logo após o assassinato do seu pai, Ladislau. Trabalhou como modelo e investiu na dança e nas artes cénicas. Foi difícil o início na nova cidade? 
Havia evidentemente o sofrimento pela falta do meu pai, mas a minha mãe sempre teve recursos para viver. Morávamos eu e a mãe. Os meus irmãos viviam em outros lugares em São Paulo. Se eu tivesse de trabalhar para ajudar a sustentar minha família, como a maioria dos brasileiros, faria com honra e orgulho, mas no nosso caso, graças a Deus, nunca precisei de trabalhar para sustentar a minha família. Mergulhei nas atividades profissionais pelo desenvolvimento pessoal e para construir a minha independência. É logico que, quando se perde o pai aos 14 anos, assassinado com seis tiros na cabeça, a perspetiva que qualquer pessoa tem é abruptamente alterada.

Acompanhe o trabalho de Carolina Ferraz, todos os domingos, às 00:15 (hora Lisboa/Londres) no ‘Domingo Espetacular’.