A personagem ficou cega após lutar sozinha com uma tropa de filisteus e ser atingida na nuca pela espada de um dos inimigos.
A cegueira de Sama em ‘Reis – A Conquista’ trouxe novos desafios a Marcelo Arnal em cena. Em entrevista ao portal R7, o ator analisou a sequência em que a personagem perdeu a visão, relembrou a preparação para o momento e revelou as técnicas que tem utilizado para interpretar essa difícil realidade de guerreiro na série.
Na trama, Sama foi para uma batalha em Gesur e, a meio do caminho, deparou-se com um grupo de filisteus que matavam e roubavam pessoas inocentes. Para defender aquele povo, o soldado lutou sozinho com uma tropa de homens e matou todos, mas, antes de morrer, um dos inimigos acertou com a espada na nuca do israelita.
“A partir desse momento, ele começou a desenvolver algumas sequelas, como ver tudo escuro, tonturas, muitas dores de cabeça e nos olhos. Em contrapartida, Arrava [Natália Ferrari], a esposa dele, estava grávida. Então, o Sama não queria que ela ficasse nervosa e acabou por inventar várias desculpas para esconder o problema. Depois de um período, ele acordou, estava a arranjar-se para sair quando, de repente, tudo ficou escuro. Ele desmaiou, bateu com a cabeça num móvel do quarto e, quando abre os olhos, já não via”.
O ator contou que Sama passa por uma longa transição até aceitar a sua nova condição. “Ele entra em depressão profunda e não quer sair do quarto. Até que a personagem começa a entender e, pela fé, diz: ‘Vou sair desta cama’. Então, existe um processo: da pancada até à cegueira. Depois, ele cego, no início, em que ainda não está acostumado e, por fim, Sama já sabe que não adianta movimentar os olhos, porque não vai ver. Ele começa a seguir a audição”.
Preparação e desafios
Arnal explicou que, por questões de segurança, ele não usa lentes de contato que diminuem a visão para gravar as cenas do israelita. “Nós escolhemos um outro método para fazer a atuação, porque a personagem volta para o exército e luta cego. Então, o melhor é não usar a lente para me defender e não me magoar”.
O ator descreveu a técnica utilizada para viver um homem cego como “olhar para dentro”. Além disso, ele também participou em alguns exercícios físicos durante a preparação. “Quando perguntamos: ‘Olha, estás no mundo da lua?’ A pessoa está com os olhos abertos, só que não está de facto a olhar, e sim a pensar em algo. [O trabalho] Parte desse princípio. Fiz alguns aquecimentos também, de ficar vendado por 40 minutos dentro de uma sala. A seguir, tirei a venda e não podia pisar nada que estivesse no chão. É como se eu bloqueasse a minha visão do nariz para baixo. E, depois, trabalhei a questão do olhar, porque é muito diferente uma pessoa que fica cega e uma que nasce assim”.
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