No primeiro episódio da nova temporada, o programa mostra o motivo pelo qual o Brasil é o quinto país no mundo com maior número de casamentos infantis.
Uma em cada quatro jovens brasileiras tem casamento marcado antes de completar 18 anos.
“O casamento infantil perpetua o ciclo de pobreza, da exclusão social e da violência, além de retirar direitos e comprometer o futuro das meninas”, afirma Ana Maria Villa Real, coordenadora da Infância do Ministério Público do Trabalho.
As uniões precoces no Brasil e no mundo passam longe dos dados oficiais. Por lei, qualquer união formal ou informal antes dos 18 anos é considerada casamento infantil. Casamentos entre menores de 16 não podem ser aceites. E dos 16 aos 18 anos, é preciso ter autorização dos pais ou de um juiz.
“Todos os anos, no mundo inteiro, cerca de 12 milhões de meninas com menos de 18 anos casam-se”, aponta Maria Laura Canineu, diretora da Human Rights Watch Brasil.
O programa apresenta a história de nove jovens, sendo que a maioria não completou 18 anos e, por isso, as identidades foram preservadas.
A equipa percorreu duas cidades do Piauí, um dos estados mais pobres do país, para entender o que leva as jovens a casarem-se tão cedo. São relatos que representam a realidade de milhares que vivem nas periferias do Brasil e mostram algumas das razões destas uniões: pobreza, lares destruturados e gravidez precoce.
O número de jovens do sexo feminino em casamentos infantis é maior do que no sexo masculino. De acordo com o IBGE, em 2019, quase 22 mil raparigas com menos de 17 anos casaram-se, enquanto o número de rapazes na mesma faixa etária foi de apenas 2203.
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