O episódio de amanhã do programa vai ampliar a discussão sobre este assunto polémico.
Este sábado, os repórteres mostram, com o auxílio da realidade aumentada, como o preconceito causa sofrimento a quem vive com o excesso de peso. Durante cinco momentos da atração, o público poderá aceder a um filtro nas redes sociais, que irá mostrar a diferença entre as silhuetas de uma pessoa nos anos 1980 e 2020. O telespectador poderá projetar também macas de hospital e assentos de avião com os tamanhos adequados para atender alguns dos problemas que as pessoas obesas enfrentam nas suas vidas.
Os filtros destacam medidas de objetos que, no dia a dia, passam despercebidos a grande parte das pessoas, mas que causam constrangimentos e situações de risco a quem está acima do peso ao não atender as necessidades dessa parte da população, que cresce a cada ano. Dados mostram que mais de metade das pessoas brasileiras está acima do peso.
Além de evidenciar as dificuldades quotidianas, os repórteres do ‘Repórter Record Investigação’ explicam que a ‘gordofobia’ é a aversão a pessoas obesas, desprezadas pelo preconceito, intolerância ou exclusão. O programa conversa com quem já foi atacado por causa do excesso de peso e mostra que a ‘gordofobia’ acontece principalmente no ambiente familiar, nas ruas e no atendimento médico.
No ambiente hospitalar, um caso em especial chocou a opinião pública em janeiro deste ano: Vitor Augusto, de 25 anos, morreu porque não havia maca adequada para o atender. O jovem pesava 190 quilos e não se sentia bem no dia em que faleceu por falta de atendimento. A polícia e o Ministério Público estão a apurar o caso. Para especialistas ouvidos pelo programa, o que o rapaz e a mãe enfrentaram à procura de socorro é ‘gordofobia’. “Passámos por três hospitais. Nenhum deles tinha condições para atender o Vitor. Nem a ambulância estava preparada. Ele ficou deitado no chão do automóvel”, conta a mãe, Andreia Marcos da Silva.
Já outro caso da jornalista Jéssica teve a casa pintada com frases agressivas. Ela também sofreu violência nas ruas por causa do seu peso. Motivada pelos acontecimentos, decidiu começar o debate sobre ‘gordofobia’ na Internet e em palestras. “A pessoa que escreveu no muro da minha casa quis magoar-me, quis ferir-me de alguma maneira. Por isso, foi um ato violento”, define Jéssica.
A influenciadora digital e dançarina Thaís Carla combate as ofensas nas redes com processos. Já são 87. Com isso, espera incentivar outras pessoas na luta pelo respeito e contra a ‘gordofobia’: “As pessoas estão a ver o meu corpo de outra maneira”, acredita Thaís Carla.
Veja também o caso de um namoro de dez anos que se transformou num casamento e tinha tudo para dar certo. Até ao dia em que o marido começou a julgar Talita pelo excesso de peso. O companheiro praticava todos os tipos de assédio: chamava a mulher de “gordona”, proibia-a de comer e obrigava-a a fazer atividade física. “Ele separou-se de mim. Foi um trauma, tudo o que eu vivi”, revela Talita.
Não perca ‘Repórter Record Investigação’, apresentado por Luiz Fara Monteiro, este sábado, às 22:45h, na Record TV Europa.
