O elenco de ‘Reis’ tem cada vez mais novidades sobre a história da trama, cenas e os acontecimentos de bastidores.
Os atores Daniel Blanco e Caetano O’Maihlan partilharam com o público alguns dos desafios que enfrentaram, no podcast ‘Fora de Série’.
Eles protagonizam, respetivamente, Malquias/Luciér e Quedés. Ambos são soldados filisteus que eram os principais inimigos do povo de Israel há mais de três mil anos. A participação do ator Daniel Blanco é uma surpresa, até mesmo para alguns outros atores, porque ele protagoniza dois papéis, o de Malquias e de Luciér, que na verdade são a mesma pessoa, mas um deles é infiltrado em Israel.
Daniel, que grande reviravolta com as tuas personagens …
Daniel: Que loucura! Estou a digerir isso até agora, está a ser muito difícil desapegar-me da história e das personagens – até eu não sei ainda se são duas pessoas ou só uma. O que sei é que estão a dar que falar!
É verdade que alguns outros atores não sabiam da tua participação dupla?
Caetano: Nós temos os capítulos com as cenas normais e outros com as cenas secretas. Tínhamos de guardar esses segredos. Mas com o decorrer das gravações começa a ser difícil, porque começamos a afeiçoar-nos aos colegas, a publicar fotos juntos, a falar sobre os nossos trabalhos. Então o Dani estava sempre a relembrar-nos para termos cuidarmos com os spoilers. Houve um momento em que os colegas israelitas, por exemplo, que não participavam nas cenas secretas, começaram a perguntar-se quem era o ator que fazia Luciér e nós não podíamos dizer.
Daniel: Até tentámos espalhar uma fake news de que seria o Rodrigo Santoro. [risos]
Os filisteus sempre foram os principais inimigos dos israelitas. Foi um desafio importante para as vossas personagens?
Caetano: Sim, há todo esse peso na nossa interpretação. O objetivo geral da minha personagem é manter o legado, a cultura e a ideologia dos filisteus, assim como a sua relação com as terras, que eram a riqueza daquela época.
E o Luciér passa muito tempo infiltrado com os israelitas?
Daniel: Sim, ele casa-se, envolve-se e faz amizades genuínas. Malquias realmente amou todas as relações genuínas que teve, mas como ele conseguiu distanciar-se das suas emoções, conseguiu continuar com a sua missão de recuperar as terras filisteias.
E a tua atuação surpreendeu muito. Conseguiste separar bem as duas personagens…
Daniel: A direção queria que Malquias não parecesse nem um pouco Luciér, mas quando Luciér estivesse em cena gostavam de ter um pouco de Malquias. Na cena emblemática com o rei Eli, que era importante para tirar todas as dúvidas em relação à personagem, o realizador pediu-me que incluísse algo de Luciér para enriquecer aquela cena.
E o que acham da linguagem utilizada na série?
Caetano: Acho muito interessante o conteúdo e o facto de não haver repetições como nas novelas. Fazer dessa forma é não subestimar a inteligência do público e deixar o seu interesse sempre aguçado.
E a dúvida de Luciér ser bom ou mau. O que achas?
Daniel: As mensagens que eu mais recebo são “eu amo-te, mas odeio-te”, “sou apaixonada pela sua personagem e odeio isso”. É uma personagem superbem escrita e, embora seja um clichê dizer isto, é um presente poder dar-lhe vida.
Como foi fazer a caracterização?
Daniel: Foi a mais interessante que já fiz. Demorou para chegar à versão final, mas os figurinistas fizeram um ótimo trabalho. Foi certeiro.
Caetano: Já a minha demorou um pouco mais para ser aprovada. Havia também a tatuagem, a armadura, a roupa palaciana…
E nos bastidores, o que houve de engraçado? Como foi a cena do nariz partido do Edu?
Daniel: É engraçado porque foi totalmente sem querer. Foi o primeiro soco na cara que eu dei na vida e foi numa pessoa que adoro. E há gente a falar nas redes sociais o quanto a cena foi profissional devido ao meu soco. Mas o profissional na verdade foi o Edu, porque ele continuou a cena normalmente.
Senti-me muito mal por magoar alguém. O Edu perdoou-me logo no momento, mas eu fiquei a martirizar-me por muito tempo.
E uma cena engraçada contigo, Caetano?
Caetano: Houve uma cena com os cavalos, que são nossos companheiros de cena. Um deles, o El Dourado ficava sempre a trotar, nunca estava parado. Houve um dia em que eu o montei sem ver onde estava a rédea e ele saiu disparado. Aguentei-me a segurar na crina dele, sem controlar nada. A adrenalina estava a mil, estávamos num descampado, o dia escurecia e eu perguntava-me se saltava do cavalo ou se esperava que ele se cansasse… Acabei por esperar e ele parou.
Quem é Caetano depois de Quedés?
Caetano: O Quedés ensinou-me a pensar antes de agir. Eu antes fazia e depois pensava. O Quedés antes elabora, monta a estratégia e vê a melhor forma de agir. É um marco para a minha maturidade profissional.
E Daniel, o que tens a dizer de Malquias/Luciér?
Daniel: Ele deu-me experiência, sinto-me mais preparado e vi que funciono bem sob pressão. Da personagem eu gosto muito do senso de justiça. Malquias ajudou-me a perceber mais os outros. Por mais que ele estivesse num povo que gostaria de exterminar, ele conseguiu captar a humanidade das pessoas que o rodeavam e criou relações nesse ambiente. Ele chegou a matar um soldado para salvar um amigo, que ele sabia ser um bom pai.
E que surpresas vão trazer os próximos episódios?
Caetano: Podem esperar uma profunda incerteza emocional.
Daniel: ‘Reis’ deixou-me com um pouco mais de ansiedade. Ainda nada vai ficar em paz. Não vai haver paz física nem psicológica. Até ao final da temporada vai ser uma montanha-russa de emoções.
Record TV Europa podcast
O ator Daniel Blanco também esteve à conversa com Rita Rosado sobre a sua carreira e as personagens vividas em ‘Reis’. Escute este episódio no podcast da Record TV Europa!