Ex-primeiro-ministro britânico revelou num documentário que Vladimir Putin o ameaçou com um ataque com mísseis, antes da invasão à Ucrânia. A Rússia nega a acusação.
O Kremlin mostra-se surpreendido com as declarações do antigo primeiro-ministro britânico, num documentário que será emitido esta noite, na BBC.
Num excerto divulgado durante o fim de semana, Boris Johnson revelou teve uma extensa conversa ao telefone com o presidente da Rússia, dias antes da entrada das tropas russas na Ucrânia. O antigo líder do executivo britânico lembrou que, a certo momento da conversa, Vladimir Putin lhe pediu para dizer que Kiev não ia aderir tão cedo à NATO. Quando tentou perceber o que significava ‘tão cedo’, Johnson terá sido ameaçado.
“Ele disse ‘Boris, eu não lhe quero fazer mal mas com um míssil levaria um minuto’. Disse algo assim. Mas alegre. Acho que pelo tom relaxado, o distanciamento que parecia ter, ele estava apenas a brincar com as minhas tentativas para convencê-lo a negociar”, afirmou o antigo Primeiro-ministro britânico.
Moscovo acusa Boris Johnson de estar a mentir. O porta-voz do Kremlin garante que em momento algum houve ameaças com mísseis. Dmitry Peskov sugere que as declarações do antigo ministro do Reino Unido foram uma mentira deliberada mas também admite que se tratam de uma interpretação errada das palavras de Vladimir Putin.
De recordar que Boris Johnson abandonou o Governo britânico no início de setembro mas continua a manifestar apoio aos ucranianos. Ainda na semana passada esteve reunido com Volodymyr Zekensky, em Kiev.
