Breonna Taylor: Polícia declara-se culpada de encobrir provas

Breonna Taylor: Polícia declara-se culpada de encobrir provas

Ex-agente é a primeira pessoa considerada culpada pela morte de afro-americana.

Uma ex-agente da polícia de Louisville declarou-se esta terça-feira culpada de ter fabricado a ordem judicial que resultou na operação em que morreu uma afro-americana, em 2020, e, posteriormente, de ter inventado uma história para encobrir a sua responsabilidade.

Kelly Goodlett, de 35 anos, é a primeira pessoa considerada culpada pela morte de Breonna Taylor, que provocou uma onda de protestos contra a polícia nos Estados Unidos.

Goodlett admitiu ter “falsificado” com outro polícia o pedido de um mandado de busca dirigido a um juiz, e depois ter mentido “para encobrir as falsas declarações” iniciais.

A ex-agente enfrenta uma pena até cinco anos de prisão e uma multa de 250.000 dólares.

No início de agosto, o Departamento de Justiça dos EUA acusou quatro agentes e ex-agentes, incluindo Goodlett, de violação dos direitos civis de Taylor, que foi morta a tiro em março de 2020, durante uma operação antidroga na sua casa, onde nunca foram encontrados narcóticos.

O procurador-geral dos EUA, Merrick Garland, anunciou estas acusações contra atuais e ex-agentes do Departamento de Polícia Metropolitana de Louisville, no Estado do Kentucky, numa conferência de imprensa.

O Departamento de Justiça norte-americano acusou Joshua Jaynes, Kelly Goodlett e Kyle Meany de utilizarem uma declaração que sabiam ser falsa para obter um mandado de busca naquela residência e realizar a operação que terminou com a morte da afro-americana.

A operação decorreu no âmbito de uma operação antidroga, onde a polícia solicitou vários mandados de busca para várias casas.

No caso de Taylor, o procurador-geral dos EUA explicou que os suspeitos afirmaram falsamente que tinham chegado à sua casa pacotes relacionados com uma rede de narcotráfico.

Assim que a operação começou, os polícias invadiram a casa de Taylor, onde a mulher estava com outra pessoa, o seu namorado, que possuía legalmente uma arma de fogo e que achava que os polícias eram assaltantes, tendo disparado contra estes, acrescentou Merrick Garland.

O quarto réu é Brett Hankison, acusado de uso excessivo de força e que, de acordo com o procurador-geral dos EUA, “deslocou-se da entrada para a lateral do apartamento e disparou mais dez tiros pela janela e porta de vidro deslizante, ambos cobertos com persianas e cortinas.

A morte de Breonna Taylor ocorreu meses antes do homicídio do afro-americano George Floyd, em maio, que desencadeou a maior onda de protestos e motins raciais nos EUA desde a década de 1960.

Para encerrar com uma queixa civil, o autarca de Louisville concordou em pagar 12 milhões de dólares à família de Breonna Taylor e iniciar reformas naquele departamento policial.