Bruxelas propõe redução do consumo de gás na Europa

Bruxelas propõe redução do consumo de gás na Europa
REUTERS/Yves Herman

A Suíca admite cortar a eletricidade durante várias horas no inverno, face à escassez de energia provocada pela guerra. Bruxelas propôs hoje uma redução de 15% no consumo de gás da União Europeia.

O plano apresentado tem como objetivo contornar as dificuldades criadas pela quebra no abastecimento de gás russo.

“O gás russo é agora menos de um terço do que usávamos nesta altura, no ano passado. A Rússia utiliza o gás como arma. E por isso, em caso de interrupção parcial ou total, a Europa deve estar preparada” afirmou hoje a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

Assim, a Comissão Europeia propõe reduzir em 15 por cento a procura geral deste tipo de energia no bloco comunitário. Limitar o aquecimento em alguns edifícios, adiar o fecho de centrais nucleares e incitar as empresas a reduzirem as necessidades energéticas, são algumas das sugestões em cima da mesa.

Mas cada país terá de detalhar a estratégia que quer seguir até final de setembro.

O plano, que deverá agora ser discutido pelos Estados-membros, prevê desta forma que cada país se comprometa a fazer tudo o que pode para reduzir, entre agosto deste ano e março de 2023, o consumo de gás em pelo menos 15 por cento, face à média dos últimos cinco anos, no mesmo período.

Depois deste anúncio, a Suíça admitiu cortar a eletricidade até quatro horas por dia, no inverno. Seria a medida mais drástica a tomar, segundo o plano de contingência apresentado esta quarta-feira, em caso de escassez de energia no próximo inverno.

Para evitar males maiores, as autoridades suíças vão apostar já em agosto na sensibilização para a poupança. Se não resultar, haverá cortes de luz em lojas ou espaços públicos durante a noite e, se não for suficiente, cerca de 30 mil empresas serão obrigadas a poupar até 30 por cento do consumo. Em último recurso, serão então aplicados os cortes de energia.

Também hoje, confirmou-se o novo pacote de sanções europeias contra a Rússia, aprovado pelos diplomatas reunidos em Bruxelas. Em causa, está um embargo às exportações de ouro, bem como a mais cidadãos e entidades.

Rússia pressiona setor energético

A russa Gazprom reafirmou hoje que não consegue garantir a passagem segura de combustível através do gasoduto Nord Stream, sem uma turbina que está em reparação no Canadá e que ainda não foi devolvida. Turbina essa que é fundamental para o bom funcionamento do gasoduto que liga a Rússia à Alemanha através do mar Báltico.

A declaração da empresa surge um dia antes do recomeço programado da atividade do gasoduto, depois de um período de manutenção.