Centenas de estudantes envenenadas no Irão

Centenas de estudantes envenenadas no Irão
Pixabay

Cerca de 650 jovens iranianas foram expostas a um gás tóxico na escola desde novembro. Casos podem ser uma tentativa deliberada de fechar escolas femininas no país.

Pelo menos 650 jovens iranianas foram envenenadas através de um gás tóxico enquanto iam às aulas. Não foram reportadas vítimas mortais mas houve estudantes a reportarem dores de cabeça, palpitações cardíacas, letargia e paralisia.

O primeiro caso aconteceu a 30 de novembro depois de 18 estudantes da escola Nour Technical localizada na cidade religiosa de Qom, terem sido levadas para o hospital.

Desde aí, cerca de 30 estabelecimentos escolares reportaram problemas semelhantes, com as alunas a darem conta de um cheiro a tangerinas, a cloro ou a agentes de limpeza. Várias jovens foram esta terça-feira admitidas no hospital devido aos efeitos dos envenenamentos, no mais recente episódio reportado. 

As autoridades estão a investigar os casos acreditando agora que possa estar interligados. Existe a possibilidade de as escolas de raparigas terem sido deliberadamente envenenadas de forma a encerrá-las numa espécie de vingança pelo papel que várias jovens desempenharam nos recentes protestos no Irão contra o uso obrigatório do hijab, desencadeados pela morte de Masha Amini. 


“Tornou-se evidente que algumas pessoas queriam as escolas, especialmente as escolas de raparigas, fossem fechadas”, disse o ministro-adjunto da Saúde do Irão, Younes Panahi, no domingo, que mais tarde disse que as suas palavras tinham sido mal interpretadas.

O caso tem levado ao protesto de vários pais que, por segurança, não têm permitido que as filhas regressem às aulas.