Credit Suisse: “Segredos Suíços”

Credit Suisse:

Banco é acusado de manter fortunas num valor de 100 mil milhões de dólares de personalidades corruptas.

O segundo maior banco suíço manteve, durante mais de 80 anos, 100 mil milhões de dólares em contas de clientes ligados à corrupção. Os dados fazem parte de uma investigação internacional conhecida por Segredos Suíços.

É o mais recente escândalo financeiro a nível internacional. O banco Credit Suisse é acusado de manter, durante anos, fortunas num valor acumulado de 100 mil milhões de dólares, de pessoas de todo o mundo ligadas à corrupção.

Os dados fazem parte de uma investigação feita por 160 jornalistas de 39 países que integram um consórcio de quase 50 meios de comunicação social.

A fuga de informação revela que entre 1940 e 2010, o banco abriu e manteve secretas, contas de personalidades da corrupção, como políticos, ditadores ou traficantes.

A investigação começou há um ano, quando um jornal alemão recebeu informações confidenciais sobre 18 mil contas de 30 mil clientes.
Segundo o New York Times, o Credite Suisse terá ignorado os alertas dos próprios funcionários sobre atividades suspeitas nas finanças dos clientes, que incluíam, por exemplo o antigo ministro da Energia venezuelano, Nervis Villalobos, os filhos do antigo Presidente egípcio Hosni Mu-ba-rak, ou o rei Ab-du-llah II da Jordânia.

Na lista estão também nomes portugueses. De acordo com o jornal Expresso, a instituição tem abertas dezenas de contas pertencentes a Álvaro Sobrinho, ex-presidente do Banco Espírito Santo Angola, e de Hélder Bataglia, ex-administrador da mesma instituição. Algumas contas chegaram mesmo a serem abertas quando ambos estavam já envolvidos em processos judiciais.

A instituição reagiu entretanto, e rejeitou as alegações, garantindo que 90% das contas em questão já foram encerradas, 60% das quais ainda antes de 2015. O banco alega que a investigação, agora conhecida por Segredos Suíços, se trata unicamente de uma campanha de difamação.