Secretário-geral das Nações Unidas falou esta manhã na cimeira climática da COP27 avisando que a humanidade está “a perder a batalha pelas suas vidas”.
António Guterres não quis deixar dúvidas sobre a sua posição sobre as alterações climáticas. No discurso realizado na cimeira climática da COP27, o secretário-geral das Nações Unidas deixou o alerta: “Estamos a lutar pelas nossas vidas e estamos a perder”.
Na sua intervenção, António Guterres fez questão de afirmar que o tempo está a avançar e não há sinais de abrandamento das ações que estão a provocar o agravamento do estado do clima.
“As emissões de gases de efeito estufa continuam a aumentar, as temperaturas globais estão a subir e o nosso planeta está a aproximar-se rapidamente do ponto de não retorno, que irá tornar o caos climático irreversível”, explicou.
“Os ponteiros do relógio estão a andar” afirmou o português.
O secretário-geral da ONU explicou que os crescentes efeitos catastróficos das alterações climáticas já não podem ser ignorados e “levados para debaixo do tapete”, dizendo que os países em desenvolvimento, que menos contribuíram para a crise climática, são os que mais sofrem com os impactos “sem nenhum aviso ou preparação.
António Guterres apelou ainda à cooperação e esforço conjunto entre os países para afastar a ameaça climática, nomeadamente a criação de um pacto climático solidário, “em que todos os países fazem um esforço extra para reduzir as emissões nesta década em linha com a meta de 1,5 graus Celsius” pedindo ainda ações concretas por parte dos governos, nomeadamente a tributação dos lucros inesperados das empresas de combustíveis fósseis.
“Vamos redirecionar esse dinheiro para as pessoas que lutam com os preços dos alimentos e da energia e para os países que sofrem perdas e danos causados pela crise climática”, afirmou.
Até 18 de novembro, delegados de quase 200 países estão reunidos em Sharm El Sheikh, no Egito, de forma a debater e encontrar soluções para luta contra o aquecimento global. O debate climático é no entanto assombrado por ouros temas, como a guerra na Ucrânia, inflação e ameaça de recessão, crise alimentar que ameaçam retirar esforços à luta climática.
