Conflito Israel-Hamas está a servir de combustível para possíveis ataques. Autoridades de segurança do ‘velho continente’ estão preocupadas.
A instabilidade no Médio Oriente – substancialmente agravada desde o passado dia 7, quando elementos do grupo terrorista Hamas deixaram um rasto de morte, em território israelita – tem estado na origem de atentados e ameaças em território europeu.
França e Bélgica sofreram ações terroristas, com vítimas mortais, perpetradas por cidadãos árabes. No primeiro caso, um professor foi assassinado por um radical islâmico. Em Bruxelas, um cidadão tunisino, que estava ilegalmente no país, assassinou dois suecos que tinham viajado até à cidade para assistir ao jogo de futebol entre a Bélgica e a Suécia.
Hoje, pelo segundo dia consecutivo, as autoridades francesas evacuaram vários aeroportos, devido a ameaças de bomba.
“Penso que vamos ter uma onda de terrorismo no mundo. Pode ser na Europa, como está a acontecer. Agora é em França e na Bélgica, amanhã pode ser nos Estados Unidos, pode ser em qualquer lugar, mas vai haver um choque terrorista na sequência do que está a acontecer no Médio Oriente”, disse Claude Moniquet, cofundador e diretor executivo do Centro Europeu de Informações Estratégicas e de Segurança à Euronews.
Após uma explosão num hospital na faixa de Gaza, na passada terça-feira, o grupo terrorista libanês Hezbollah incitou a que todo o mundo árabe e muçulmano exprimisse a sua revolta “num dia de raiva sem precedentes”.
Em resultado deste ‘barril de pólvora’, cada vez mais inflamado, a generalidade dos países europeus tem aumentado os seus alertas de segurança interna, em resposta à crescente possibilidade de ataques terroristas no ‘velho continente’.
“O que está a acontecer em Israel dá motivação, é um novo incentivo para ressuscitar e aumentar o jihadismo. Mas, fundamentalmente, temos de compreender que o Islão radical é o problema de base e que o terrorismo é apenas um instrumento que surge quando tem um bom pretexto para surgir”, conclui Claude Moniquet.
O especialista em segurança prevê, também, que as ações terroristas que possam vir a acontecer a curto prazo sejam organizadas tendencialmente por “lobos solitários” – indivíduos que ajam sozinhos – em vez de serem perpetradas por estruturadas células terroristas.
