Milhares de pessoas juntam-se para funeral de Shinzo Abe

Milhares de pessoas juntam-se para funeral de Shinzo Abe
REUTERS

Milhares de pessoas concentraram-se hoje no exterior do templo budista Zojoji, em Tóquio, onde familiares e amigos próximos do ex-primeiro-ministro japonês  acompanharam o funeral do político assassinado na sexta-feira.

A viúva de Shinzo Abe, Akie, o atual primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, e o secretário-geral do Partido Liberal Democrático (PLD), Toshimitsu Motegi, entre outras pessoas próximas de Abe, participaram na cerimónia privada, que começou às 13:00 locais (05:00 em Lisboa).

Desde o início do dia, milhares de pessoas reuniram-se no exterior do templo para prestar as suas homenagens e deixar oferendas de flores num altar com fotos sorridentes de Shinzo Abe instalado numa área do recinto aberta ao público.

Um forte dispositivo policial foi estabelecido hoje nas proximidades do templo.

O fluxo de pessoas superou em muito o de segunda-feira, quando 2.500 pessoas se deslocaram ao velório do ex-líder japonês, incluindo figuras públicas e diplomatas de vários países.

O ministro dos Negócios Estrangeiros do Japão, Yoshimasa Hayashi, declarou hoje que mais de 1.700 mensagens de condolências foram recebidas de 259 países, territórios e organizações internacionais.

Enquanto as pessoas se aglomeravam do lado de fora, no interior realizava-se o funeral de rito budista.

Terminada a cerimónia, o caixão foi selado e levado para um centro de cremação.

Centenas de pessoas alinharam-se nos passeios do lado de fora do templo para ver o carro fúnebre que levava os restos mortais de Abe passar a caminho do crematório.

O carro fúnebre ainda passou por alguns locais, como a principal sede política de Tóquio – Nagata-cho, onde Abe passou mais de três décadas desde que foi eleito pela primeira vez em 1991 –, antes de se dirigir ao destino final.

As autoridades japonesas deverão organizar uma homenagem pública ao ex-primeiro-ministro numa data e local ainda a serem determinados.

O Governo do Japão anunciou na segunda-feira que irá condecorar Abe a título póstumo com o Colar da Ordem do Crisântemo, a mais alta condecoração do país, reconhecendo desta forma o contributo de Abe, que foi o primeiro-ministro nipónico que mais tempo se manteve no cargo, com um mandato em 2006 e outro entre 2012 e 2020.

Shinzo Abe morreu na sexta-feira depois de ter sido atingido a tiro enquanto discursava num comício eleitoral em Nara, uma cidade no oeste do Japão. O político, de 67 anos, foi atingido pelas costas quando fazia um discurso na rua antes das eleições parlamentares que decorreram no domingo.