Jornalista e guia foram vistos pela última vez no domingo.
A mulher do jornalista britânico desaparecido na Amazónia lançou um apelo desesperado nas redes sociais, a pedir para intensificarem as buscas.
“Mesmo que não encontrem o amor da minha vida vivo, eles têm de ser encontrados, por favor. Intensifiquem estas buscas”, pediu Alessandra.
Com a palavra, Alessandra Sampaio, mulher do jornalista britânico Dom Phillips. pic.twitter.com/aVGFKeW8nz
— ClimaInfo (@ClimaInfoNews) June 7, 2022
O britânico Dom Phillips, colaborador do jornal The Guardian e o seu guia, o indígena brasileiro Bruno Araújo Pereira, foram vistos pela última vez no domingo, no Vale do Javari, na Amazónia.
Viajavam de barco da comunidade de São Rafael para a cidade de Atalaia do Norte, destino onde nunca chegaram.
De acordo com a organização indígena que deu o alerta, ambos terão recebido ameaças por investigarem invasões nas terras indígenas. Dom Phillips encontrava-se na região a fazer investigação para um livro.
O Vale do Javari, que faz fronteira com o Peru, é a região com maior concentração de tribos isoladas do mundo e encontra-se ameaçada por exploradores de pedras preciosas e madeireiros que tentam entrar nas terras indígenas.
Nos últimos anos, a região tornou-se numa rota do tráfico de drogas.
Dom Phillips, que vive no Brasil há 15 anos, estuda as tribos isoladas da Amazónia e fez carreira a documentar a vida das tribos indígenas.
Bruno Araújo Pereira é considerado especialista em tribos indígenas da Amazónia, e trabalha há anos na Fundação Nacional do Índio (Funai).
O Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, insinuou que foi irresponsável estarem sozinhos numa zona selvagem.
“Realmente, duas pessoas num barco, numa região tão selvagem, não é recomendado”, afirmou, acrescentando que “tudo pode acontecer”.
“Pode ter sido um acidente, pode ser que eles tenham sido executados”, considerou.
Em Javari, existe a maior concentração de povos isolados e nunca antes contactados pelo resto do mundo.