O primeiro-ministro espanhol irá reunir-se com homólogos da Irlanda, Portugal, Eslovénia e Bélgica para tentar alavancar diplomaticamente o processo de paz na região.
A Noruega está preparada para reconhecer o Estado da Palestina, em coordenação com outros países e num momento em que esse passo seja um contributo para a paz no Médio Oriente, disse hoje o primeiro-ministro norueguês.
Jonas Gahr Støre falava em Oslo, numa conferência de imprensa ao lado do primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, que já se comprometeu a reconhecer o Estado palestiniano até julho e iniciou hoje na Noruega uma ronda de contactos com cinco homólogos europeus sobre esta questão.
O primeiro-ministro da Noruega disse que os Governos de Oslo e Madrid têm visões muito similares e saudou a iniciativa de Sánchez.
“Temos uma visão muito similar. Estamos prontos para reconhecer o Estado da Palestina (…). A questão é em que momento e em que circunstâncias se poderá fazer para apoiar o processo de paz na região”, disse Jonas Gahr Støre, que em resposta aos jornalistas não descartou dar este passo em simultâneo com Espanha.
Sánchez, por seu turno, reiterou o compromisso de reconhecer o Estado palestiniano “o quanto antes possível, quando se deem as condições necessárias e de forma a que possa ter o maior impacto positivo no processo de paz”.
Os dois primeiros-ministros reiteraram também o apoio ao reconhecimento da Palestina como membro de pleno direito das Nações Unidas.
“Temos de aplicar já uma perspetiva política para pôr fim a este conflito”, disse Sánchez, que voltou a defender a organização de uma conferência internacional de paz para o Médio Oriente “o quanto antes possível”.
Jonas Gahr Støre e Pedro Sánchez defenderam também a necessidade de haver, no imediato, um cessar-fogo em Gaza, entrada de ajuda humanitária no território palestiniano e a libertação de todos os reféns israelitas por parte do grupo islamita Hamas.
A ronda de contactos de Sánchez começou hoje de manhã na Noruega e segue, à tarde, na Irlanda. Na próxima semana, vai abordar o assunto com o primeiro-ministro português, Luís Montenegro, em Madrid, antes de, na terça-feira, viajar para a Eslovénia e Bélgica.
Este périplo europeu segue-se a outro, no início deste mês, pela Jordânia, Arábia Saudita e Qatar, onde defendeu mais pontes entre a União Europeia (UE) e os países árabes.
No final de março, assinou com outros três primeiros-ministros europeus (da Irlanda, Eslovénia e Malta) uma declaração a comprometer-se com o reconhecimento do Estado da Palestina.
Posteriormente, disse que Espanha fará esse reconhecimento até julho.
Segundo o Governo espanhol, a escolha da Noruega para iniciar esta ronda de contactos deve-se ao papel histórico de mediação do país no conflito israelo-palestiniano.
A Noruega não faz parte da União Europeia. Já dentro da UE, nove Estados-membros reconhecem já a Palestina: Bulgária, Chipre, República Checa, Hungria, Malta, Polónia, Roménia e Eslováquia deram o passo em 1988, antes de aderirem ao bloco europeu, enquanto a Suécia o fez sozinha em 2014, cumprindo uma promessa eleitoral dos sociais-democratas então no poder.