ONU denuncia aumento de vítimas civis na Somália

ONU denuncia aumento de vítimas civis na Somália

Pelo menos 613 pessoas foram mortas este ano.

A Somália registou este ano o número mais elevado de baixas civis desde 2017, com 613 pessoas mortas e 948 feridas, resultantes do aumento da violência, referiu o Gabinete dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas.

Pelo menos 315 pessoas foram mortas e 686 feridas por engenhos explosivos improvisados, a maioria delas em ataques atribuídos ao grupo terrorista Al Shabab, disse o alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, numa declaração oficial, onde também destacou as forças estatais e as milícias tribais como perpetradores da violência.

“Este ano terminou uma tendência geral de diminuição de mortos e feridos desde 2017”, lamentou Türk, apelando a todas as partes para assegurarem a proteção dos civis.

O alto comissário confessou estar “profundamente preocupado” pelas mortes que o escalar da violência tem vindo a provocar e acrescentou que “todas as partes em conflito devem respeitar as suas obrigações ao abrigo do direito humanitário internacional e assegurar que os civis sejam protegidos”. 

Turk esclareceu, ainda, que o cumprimento destes deveres “inclui elementos armados envolvidos com o Governo no conflito contra o Shebab, bem como forças internacionais”.

Os recentes ataques do Al Shabab incluem atentados bombistas suicidas como o que matou 121 pessoas perto do Ministério da Educação na capital da Somália, Mogadíscio, em 29 de outubro. Este ataque foi o mais mortal em cinco anos e matou, pelo menos, 116 pessoas e feriu mais de 300.

O comunicado também denunciou ataques da organização terrorista contra alvos civis, tais como poços, casas, pontes e, pelo menos, 11 escolas.

“Atacar deliberadamente civis ou destruir infraestruturas essenciais a esta população constitui um crime de guerra à luz do direito internacional, e deve ser travado”, disse Türk na declaração oficial.

O grupo rebelde Al Shebab tem vindo a combater o Governo federal apoiado internacionalmente desde 2007. Foi expulso das grandes cidades – incluindo Mogadíscio em 2011 – mas permanece firmemente enraizado em grandes áreas rurais, particularmente no sul do país.