Orca em cativeiro há mais de 50 anos vai ser libertada

Orca em cativeiro há mais de 50 anos vai ser libertada
REUTERS

Lolita foi capturada em 1970 e desde essa altura que vive num tanque no Miami Seaquarium, nos Estados Unidos.

Depois de 53 anos em cativeiro, Lolita, também conhecida como Toki, vai ser libertada. O anúncio foi feito na quinta-feira pelo Miami Seaquarium que chegou a um acordo com uma associação animal de forma a entregar a orca a um santuário para estes animais no oceano.

Aos 56 anos, Lolita é uma das orcas mais velhas ainda em cativeiro. Foi capturada em 1970 numa operação violenta na qual uma orca adulta e três crias foram retiradas do seu habitat natural.

Desde essa altura que o animal vive enclausurada num tanque um parque aquático para diversão e entretenimento de humanos. Em 1980, Lolita perdeu o “colega” Hugo. O animal morreu na sequência de um aneurisma motivado pela quantidade de vezes que batia com a cabeça no tanque onde estava colocado.

Lolita, um animal com 2 268 quilos, era mantida num tanque cujas condições eram criticadas há muito tempo. De acordo com o Miami Herald, a água da estrutura provocava-lhe infeções na pele e esta era frequentemente alimentada com peixes podres, levando-a a desenvolver problemas intestinais.

Depois de um processo negocial de vários meses, a orca vai finalmente ser devolvida às águas do Pacífico, num plano com elevados custos logísticos e que ainda requer aprovação legal. A negociação só foi possível depois de a gestão do parque aquático ter mudado, com os novos donos a cancelarem os espetáculos com a presença do animal.

“Encontrar um futuro melhor para Lolita é uma das razões que nos motivou a adquirir o Miami Seaquarium”, disse o presidente-executivo da Dolphin Co, Eduardo Albor, em comunicado.

Apesar de se tratar de uma operação delicada, as pessoas envolvidas no processo acreditam que Lolita pode sobreviver à mudança para o Puget Sound, um estreito do oceano Pacífico cujas águas pertencem ao estado norte-americano de Washington. 

A libertação da orca será ainda um processo longo que decorrerá nos próximos 18 a 24 meses.