Parlamento russo aprova pedido de Putin

Presidente da Rússia pediu autorização para o envio de soldados para apoiar os separatistas pró-russos no leste da Ucrânia.

O vice-ministro da Defesa russo, Nikolai Pankov, leu o pedido do chefe de Estado antes de uma sessão extraordinária do Parlamento, argumentando que foi implantado “nas fronteiras das repúblicas populares de Donetsk e Lugansk, um exército (ucraniano) de 60.000 homens e blindados pesados”.

O pedido foi acedido pouco depois, dando cobertura à movimentação de tropas russas no território ucraniano, alegadamente para uma missão de “manutenção de paz”.

O presidente russo confirmou ainda o que o porta-voz do Kremlin tinha já anunciado hoje: a Rússia reconheceu a independência das regiões rebeldes “nas fronteiras que existiam quando proclamaram” a sua independência em 2014.

As forças ucranianas recuperaram mais tarde o controlo de parte de ambas as regiões – Donetsk e Lugansk, na região de Donbass – durante um conflito de quase oito anos e que já causou a morte a mais de 14 mil pessoas.

A afirmação de Putin sugere que a intenção russa é participar na recuperação desses territórios reclamados pelas regiões separatistas, uma declaração de intenções que o deixa mais perto de uma invasão de terreno considerado internacionalmente como fazendo parte da Ucrânia.

“Eu não disse que as nossas tropas vão lá imediatamente”, disse, no entanto, o presidente russo, acrescentando que a ação militar russa na região vai “depender da situação no local”.

NATO espera ataque russo em larga escala

A reação da NATO às movimentações russas foi também enérgica. A organização atlântica espera um ataque em larga escala da Rússia na Ucrânia e colocou a sua força de reação rápida em alerta para defender os países aliados, disse hoje o secretário-geral da Aliança.

“Tudo sugere que a Rússia está a planear um ataque massivo na Ucrânia”, depois de enviar tropas para os territórios separatistas pró-russos de Donbass, no leste do país, disse Jens Stoltenberg após uma reunião extraordinária da comissão NATO-Ucrânia, na sede da Aliança, em Bruxelas.