Pelo menos 200 mortes no Malawi após ciclone Freddy

Pelo menos 200 mortes no Malawi após ciclone Freddy
REUTERS

A segunda vaga do ciclone Freddy já fez, pelo menos, 21 mortos em Moçambique. O Malawi é o país mais afetado, com mais de 200 vítimas mortais.

Não há mãos a medir nas buscas por sobreviventes no Malawi. O número de vítimas da segunda vaga do ciclone Freddy sobe mais rápido do que a chegada dos meios de socorro. O colapso de estradas e pontes dificulta as operações e o uso de meios aéreos é limitado devido às chuvas fortes. Com povoações totalmente isoladas, a ajuda dos populares torna-se ainda mais preciosa.

“Estava aqui uma criança com a cabeça presa na lama e a gritar por ajuda. A corrente estava mesmo muito forte mas conseguimos atravessar e resgatá-la. Foi difícil, mas salvámos a criança”, disse Aaron Ntambo, um dos populares que participa nas operações.

As enxurradas de lama caíram em cascata sobre os bairros e varreram as casas que encontraram pela frente. As comunidades mais pobres e densamente povoadas foram as mais atingidas, com a maioria das vítimas a morrer em deslizamentos de terra ou na sequência de desabamentos.

De acordo com as autoridades locais, há também mais de 500 feridos e dezenas de pessoas dadas como desaparecidas, pelo que o balanço de perdas humanas pode não ficar por aqui.

Os números de Moçambique também foram revistos em alta, esta quarta-feira. O mais recente balanço aponta para 21 mortos e 53 pessoas feridas, muitas com fraturas e ferimentos de maior gravidade. O Hospital Central de Quelimane debate-se com insuficiência de sangue para atender ao volume de feridos.

Em cinco províncias moçambicanas, a intempérie afetou 93 mil residentes e destruiu total e parcialmente 15 mil casas e mais de 500 salas de aula. Entretanto o ciclone enfraqueceu e desceu à categoria de tempestade tropical.