Devido ao aumento do combustível, muitas embarcações artesanais de pesca em Luanda foram obrigadas a parar.
É em Mabunda, no distrito urbano de Samba, em Luanda que este cenário é mais visível. São dezenas de embarcações paralisadas.
E as poucas embarcações que se fazem ao mar afirmam que os gastos duplicaram e que para fazer a atividade dar lucro os pescadores encareceram o pescado.
Desde 2 de junho que o preço do litro da gasolina está a 300 kwanzas (0,48 euros), quase o dobro do preço anterior que estava a 160 kwanzas (0,25€ euros).
Os pescadores de Mabunda temem o desemprego.
“Está complicado, porque temos chatas grandes no mar e, antigamente, levavam quatro ou cinco bidões de 200 litros e agora está complicado, então tem de reduzir os bidões. Só ontem para, hoje o combustível de quatro bidões, quase bateu 400.000 kwanzas (488 euros)”, disse Cláudio José, um dos pescadores, à agência Lusa.
O Governo Angolano prometeu cartões subvencionados aos taxistas, mototaxistas e ao setor agrícola e pesqueiro.
Sebastião Francisco, pescador desde a infância, critica que os cartões foram entregues apenas a dois pescadores, como forma de propaganda do Estado.
Em Mabunda a procura do peixe está a ser feita à beira-mar. As “zungueiras” (vendedoras ambulantes) e particulares estão numa procura intensiva por peixes.
Alguns dos vendedores realizam a limpeza do pescado mesmo ali, sem condições de higiene e segurança, fazendo de Mabunda uma enorme praça de lixo, descreve a lusa.