País teve de cancelar o primeiro voo para o Ruanda após decisão do Tribunal de Direitos Humanos. Executivo diz que está a preparar novos voos numa decisão que está a gerar polémica.
Estava pronto para descolar mas o avião que transportava migrantes, requerentes de asilo no Reino Unido, não chegou a levantar a voo. No caminho estava uma decisão do Tribunal Europeu de Direitos Humanos, que levantou questões sobre a deportação de um cidadão iraquiano, alargando depois as dúvidas a outros dois migrantes.
Uma intervenção que travou os objetivos do Executivo de Boris Johnson para este voo mas não demoveu o Governo de executar o que tinha anunciado em abril: deportar requerentes de asilo que entrem ilegalmente no país para o Ruanda.
O Governo diz mesmo que já está a ultimar os preparativos para novos voos. “Acreditamos que estamos realmente comprometidos com as nossas obrigações domésticas e internacionais, e os preparativos para os próximos voos já começaram”, adiantou esta manhã Priti Patel, ministra do Interior.
Decisão gera polémica
A decisão é polémica, tendo promovido uma série de protestos entre a população não sendo também consensual no Parlamento britânico, junto da coroa e até a nível internacional.
O príncipe Carlos terá apelidado a medida de horrível e as Nações Unidas explicam como esta pode ser duvidosa.
“O Reino Unido diz que está a fazer isto para salvar as pessoas de viagens perigos. Deixem-me duvidar um pouco disto. Salvar pessoas é excelente, mas será esta a forma correta de o fazer? Será essa mesmo a motivação para tudo isto acontecer? Não me parece”, afirmou Filippo Grandi, Alto Comissário da ONU para os refugiados.
Reino Unido tenta arranjar solução para migrantes
Há mais de 20 anos que os governos britânicos procuram arranjar uma solução para os milhares de migrantes que chegam ilegalmente ao Reino Unido em pequenas embarcações através do canal da mancha.
O atual governo britânico decidiu deportar estes migrantes com o argumento de querer criar rotas seguras e legais para pessoas que procuram asilo”.
Em troca, é esperado que o Ruanda, um país sem fronteiras marítimas ou qualquer ligação com estas pessoas, receba cerca de 120 milhões de libras.
