Relatório revela “erros sistémicos” na atuação da polícia em tiroteio de Uvalde

Relatório revela “erros sistémicos” na atuação da polícia em tiroteio de Uvalde
REUTERS

Conclusões mostram que decisão de confrontar atirador foi tomada por um grupo pequeno de polícias e podia ter sido feita antes. 19 crianças morreram no tiroteio.

Centenas de polícias de diferentes forças de autoridade deslocaram-se até à escola primária de Uvalde, no Texas, no dia 24 de maio, mas quase todos falharam. Esta é umas das conclusões de um relatório sobre o incidente e respetiva atuação das forças policiais.

O documento de 77 páginas, realizado por uma comissão de investigação da Câmara dos Deputados do Texas, concluiu que existiram “erros sistémicos” que levaram a uma resposta e proteção desadequadas por parte da polícia.

“Na Robb Elementary, os agentes da lei não cumpriram o treino que lhes foi dado para enfrentar um atirador ativo e falharam no estabelecimento de prioridades em salvar vidas inocentes em vez da sua própria segurança”, lê-se no relatório.

77 minutos separam o momento em que Salvador Ramos começou a disparar no interior de uma sala de aula até à altura em que foi encurralado e travado pela polícia.

Cerca de 400 agentes da polícia foram deslocados para o local mas a decisão de confrontar o atirador partiu de um pequeno grupo de oficiais.

A mesma decisão que poderia ter sido tomada mais cedo e por outras forças da hierarquia de comando, concluiu o documento, que fala numa situação caótica, marcada por uma ausência de comando e polícias apáticos.

Pete Arredondo, chefe da polícia do distrito escolar, foi dado como o principal culpado pela demora da atuação policial mas o relatório mostra como a situação foi ainda mais complexa.

Do ataque resultaram 21 vítimas mortais: 19 crianças e duas professoras.

Apesar da confusão, as conclusões da investigação revelam que mesmo com uma atuação policial irrepreensível não seria suficiente para salvar todas as vítimas do tiroteio.

Salvador Ramos disparou aproximadamente 142 tiros dentro do edifício sendo que pelo menos 100 ocorreram antes de qualquer elemento da polícia ter chegado ao local.