Suspensas negociações de paz entre Rússia e Ucrânia

Suspensas negociações de paz entre Rússia e Ucrânia

Conselheiro ucraniano refere que Moscovo não tem “compreensão” da atual situação.

De acordo com Mykhailo Podoliak, conselheiro de Volodymyr Zelensky e membro da delegação ucraniana, as negociações de paz entre a Ucrânia e a Rússia estão “suspensas”, já que Moscovo não demonstra qualquer “compreensão” da atual situação.

“O processo de negociação está suspenso”, disse Podoliak, citado pela Presidência ucraniana.

“A Rússia não está a mostrar um elemento-chave: a compreensão (…) do que está a acontecer atualmente no mundo e o seu papel extremamente negativo”, referiu Podoliak, acrescentando que Moscovo “não entende que a guerra não está mais a decorrer de acordo com as suas regras, com o seu calendário ou com os seus planos”.

“O objetivo estratégico dos russos é tudo ou nada”, segundo Podoliak, um dos membros da delegação ucraniana nas conversações de paz, acusando ainda as elites políticas russas de terem “medo de dizer a verdade”.

Várias reuniões entre negociadores de Kyiv e Moscovo têm ocorrido, mas sem produzir resultados concretos.

A última reunião entre os chefes das delegações, Vladimir Medinski, do lado russo, e David Arakhamia, do lado ucraniano, aconteceu em 22 de abril, segundo as agências de notícias russas.

O chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, acusou a Ucrânia em 25 de abril de “fingir” nas conversações, tendo assegurado posteriormente que Moscovo queria continuar com o processo negocial.

O vice-ministro russo, Andrei Rudenko, assegurou hoje que não há qualquer negociação a decorrer atualmente entre a Rússia e a Ucrânia, afirmando que Kyiv “abandonou de vez” o diálogo.

“As negociações pararam. A Ucrânia abandonou de vez o processo de diálogo”, disse Rudenko à agência de notícias Interfax, sublinhando que as conversações entre os dois países, iniciadas em finais de fevereiro, foram interrompidas.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Lavrov, criticou hoje Washington e Londres por “terem guiado” a Ucrânia durante as rondas de negociações anteriores com a Rússia.