Primeiro-ministro revogou despacho publicado ontem sobre a solução aeroportuária.
O presidente da Câmara Municipal do Seixal considerou hoje “estranhíssimo” que um ministro anuncie uma decisão estratégica de um aeroporto internacional sem estar concertado com o primeiro-ministro.
“É estranhíssimo. Penso que não é possível um ministro anunciar uma decisão estratégica para os próximos 50, 70, 100 anos de localização de um aeroporto internacional de Lisboa e não ver essa situação nem com o Governo nem com o primeiro-ministro”, disse Joaquim Santos (CDU) em declarações à agência Lusa.
O autarca falava na sequência do anúncio de António Costa de determinar ao Ministério das Infraestruturas e da Habitação a revogação do despacho publicado na quarta-feira sobre a solução aeroportuária para a região de Lisboa.
Em comunicado, o primeiro-ministro “reafirma que a solução tem de ser negociada e consensualizada com a oposição, em particular com o principal partido da oposição e, em circunstância alguma, sem a devida informação prévia ao Presidente da República”.
Para Joaquim Santos, foram as reações que se sucederam após o anuncio, na quarta-feira, de acelerar a construção do aeroporto do Montijo como complementar ao Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, e a concretização do aeroporto em Alcochete, “que terão levado o primeiro-ministro a tomar uma decisão política de suspender novamente o processo”.