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Associação regista aumento de pedidos de ajuda de homens vítimas de abuso sexual

Aumenta número de homens vítimas de abusos sexuais
Alexandr Podvalny, Pexels.com

Um aumento de 38% relativamente a 2022.

A associação Quebrar o Silêncio, de apoio a rapazes e homens vítimas de abuso sexual, indicou que recebeu este ano uma média de 14,5 pedidos de ajuda por mês, um aumento de 38% relativamente a 2022.

Em comunicado, a associação precisa que “só em abril foram registados 18 novos pedidos de ajuda, num total de 58 novos casos no primeiro quadrimestre de 2023”.

A média mensal o ano passado foi de 10,5 queixas.

“Sabemos que este aumento, apesar de significativo, continua a não representar a realidade dos homens e rapazes que foram vítimas de violência sexual, uma vez que são poucos os homens vitimados que procuram ajuda. Apesar de ser noticiado frequentemente, este é um tema que continua a ser tabu e não é fácil para as vítimas partilharem as suas histórias de abuso”, refere Ângelo Fernandes, fundador da Quebrar o Silêncio, citado no comunicado.

Segundo o representante da associação, os homens que a procuram “têm em média 39 anos”, embora tenha recebido pedidos de ajuda de pessoas entre os 16 e os 70 anos, de todas as regiões de Portugal e também de países de imigração de portugueses.

“A nível de escolaridade, estado civil, profissão e de outras características, o espectro é bastante diversificado e não é possível traçar um perfil dos sobreviventes”, diz.

Para “informar e capacitar profissionais sobre como os abusadores chegam às crianças e as silenciam, mas também como conquistam a confiança dos adultos cuidadores”, a Quebrar o Silêncio está a finalizar “um guia com orientações para a prevenção da violência sexual contra crianças destinado a profissionais e instituições que tenham crianças a seu cargo como é o caso de escolas, campos de férias ou centros de acolhimento”, cujo lançamento está previsto para junho.

“É preciso clarificar que a responsabilidade da prevenção cabe aos adultos, à família e às instituições que as crianças frequentam”, adianta Ângelo Fernandes.

Desde que foi criada, em 2017, a Quebrar o Silêncio recebeu 652 pedidos de ajuda de homens e rapazes vítimas de abuso sexual.

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