Criança com problemas psiquiátricos “ameaçava destruir a sala”.
Uma criança teve de ficar retida durante a noite no Hospital D. Estefânia, em Lisboa.
A criança, com problemas psiquiátricos, mais de 70 quilos de peso e bastante agressividade, “ameaçava destruir a sala”.
De acordo com Gonçalo Cordeiro, diretor de Pediatria do hospital, a dificuldade em fazer a contenção da criança deve-se à ausência de pedopsiquiatras no período noturno.
Desde ontem que a urgência de pedopsiquiatria está encerrada à noite no D. Estefânia, tal como no Hospital Pediátrico de Coimbra e no Centro Hospitalar Universitário do Porto.
Encerramento permite melhorar resposta programada
A Coordenação Nacional das Políticas de Saúde Mental afirmou que encerramento das urgências de pedopsiquiatria permite melhorar as respostas programadas, admitindo que a adaptação ao novo modelo “demore algum tempo”.
Num esclarecimento enviado à agência Lusa, assinado por Miguel Xavier e Cristina Marques, os representantes da coordenação nacional asseguram que o novo modelo de funcionamento das urgências do hospital em Lisboa não coloca em causa os “cuidados e a segurança dos utentes”.
“Esta reconfiguração teve como objetivo principal melhorar o acesso de crianças e adolescentes aos cuidados de saúde mental, tendo em conta os recursos humanos existentes nesta especialidade no momento presente”, justificam.
Desde quarta-feira que o Serviço de Urgência de Pedopsiquiatria de Infância e Adolescência no Hospital Dona Estefânia passou a encerrar durante a noite. Com o novo modelo, a partir das 20:00 os casos de saúde mental passam para as urgências pediátricas gerais.
O esclarecimento vem no seguimento do alerta do diretor de Pediatria para o aumento de casos de saúde mental, criticando o encerramento noturno das urgências de pedopsiquiatria no hospital, que servem a região de Lisboa e todo o sul do país, e relatou que na primeira noite o novo modelo já revelou fragilidades.
