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Descarbonização dos edifícios residenciais custará mais de 26 mil milhões de euros

Mais de um milhão vivia em casas sobrelotadas em 2021

Estudo foi realizado pela associação ambientalista Zero.

A descarbonização dos edifícios residenciais em Portugal implica um investimento superior a 26 mil milhões de euros, indica um estudo da associação ambientalista Zero.

Os valores foram calculados tendo em conta três variáveis: fim do consumo de combustíveis fósseis, redução do consumo de biomassa nas habitações e eficiência energética.

Além dos três itens, para atingir a descarbonização a Zero aponta ainda um quarto, que é o aumento do consumo de energia proveniente de fontes renováveis.

Na eliminação do consumo de combustíveis fósseis serão necessários entre 12,2 e 14,2 mil milhões de euros, desde a generalização de bombas de calor no aquecimento doméstico, incluindo água, até à generalização de placas de indução para a cozinha. Os cálculos da Zero incluem o número de equipamentos necessários, como por exemplo a necessidade de 578 mil fornos elétricos.

Na “redução significativa do consumo de biomassa” (madeira para caldeiras, salamandras e lareiras) o investimento seria essencialmente em bombas de calor multifunções e oscilaria entre os 7,5 e os 7,8 mil milhões de euros.

Para o aumento da eficiência energética o valor estimado é de 6,4 mil milhões, dos quais 67 milhões para a compra de 22 milhões de lâmpadas LED.

O investimento total representaria, notam os autores do estudo, entre 26,2 e 28,5 mil milhões de euros, respetivamente 11% e 12% do PIB nacional em 2022 (239 mil milhões de euros).

O estudo da Zero, no âmbito do projeto da Fundação Europeia para o Clima (European Climate Foundation) sobre edifícios sustentáveis e pobreza energética, analisou dados do Instituto Nacional de Estatística e da Direção Geral da Energia e Geologia, e dados apresentados no Inquérito ao Consumo de Energia do Setor Doméstico, de 2020.

No documento, a associação ambientalista considera que a descarbonização é possível mas será uma tarefa ambiciosa, tendo em conta que “mais de 70% dos edifícios não são eficientes em termos energéticos”.

Num comunicado sobre o estudo realizado, a Zero nota que a base principal para a descarbonização deve ser a renovação do edificado, a redução de necessidades energéticas e a melhoria do conforto ambiente, pelo que as medidas e o investimento devem priorizar, sempre que possível, a melhoria do desempenho energético.

“Precisamos de ser ambiciosos, mas também que todos os setores e a população tenham o apoio necessário para que a transição energética seja realizada de forma rápida, justa e eficaz”, acentua a associação.

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