DGS pede que não se especule antes de saber causas da morte de criança

DGS pede que não se especule antes de saber causas da morte de criança

Graça Freitas deixou “uma palavra de serenidade para os pais e para todas as pessoas que, neste momento, estão a receber vacinas”.

A diretora-geral da Saúde afirmou hoje que é preciso “esperar o tempo próprio” para quem está a investigar as causas da morte da criança que morreu no Hospital Santa Maria, em Lisboa, poder chegar a uma conclusão.

“Qualquer coisa que se diga é prematuro”, adiantou Graça Freitas, em declarações à agência Lusa sobre a morte no domingo de um menino de seis anos com teste positivo para SARS-CoV-2, um dia depois de ter dado entrada no hospital com um quadro de paragem cardiorrespiratória.

A diretora-geral da Saúde deixou três mensagens sobre este caso: “Solidariedade e respeito para com a família, não fazer comentários sem saber as conclusões das investigações e deixar uma palavra de serenidade para a vacinação”.

Graça Freitas frisou que apenas vai dizer “três coisas” sobre este caso: “A primeira de um respeito profundo e de um lamento profundo e de uma solidariedade profunda para com os pais e acho que esse respeito tem que se manter”.

A segunda é que “não se deve tirar conclusões sem saber o que de facto aconteceu”, disse, sublinhando que é preciso esperar: “não há nada a fazer”.

Por último, Graça Freitas quis deixar “uma palavra de serenidade para os pais e para todas as pessoas que, neste momento, estão a receber vacinas”, apelando para continuarem a aderir ao processo de vacinação contra a covid-19.

O Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN) anunciou na segunda-feira que um menino de seis anos com teste positivo para SARS-CoV-2 morreu no domingo no Hospital Santa Maria e que as causas da morte estão a ser analisadas.

O centro hospitalar afirmou, em comunicado, que a criança deu entrada no Hospital de Santa Maria no sábado com “um quadro de paragem cardiorrespiratória”.

“A criança tinha a primeira dose da vacina contra a covid-19, tendo o CHULN notificado o caso ao Infarmed e à Direção-Geral da Saúde” (DGS), refere o comunicado.

A Autoridade Nacional do Medicamento confirmou também na segunda-feira ter recebido uma notificação de suspeita de reação adversa relacionada com esta morte.

“Confirmamos que recebemos a notificação de suspeita de reação adversa no decorrer do dia de hoje e que a mesma se encontra a ser tratada pelo Infarmed em conjunto com a Unidade Regional de Farmacovigilância de Lisboa, Setúbal e Santarém”, adiantou a Autoridade Nacional do Medicamento à agência Lusa.

Segundo o regulador nacional, estão a ser recolhidos “dados adicionais por parte do notificador para análise e avaliação da imputação de causalidade, uma vez que, não sendo a aparente relação temporal o único determinante na avaliação da causalidade, é necessário proceder à recolha de toda a informação clínica”.

Entretanto, a Procuradoria-Geral da República (PGR) instaurou a abertura de inquérito, que corre no Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa.