A enxaqueca (dor de cabeça intensa) é um distúrbio neurovascular generalizado que afeta, aproximadamente, 19% das mulheres e 10% dos homens.
De acordo com um estudo realizado por investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), o tratamento cirúrgico da enxaqueca é um procedimento “seguro e eficaz” e pode resultar em melhorias “significativas” na qualidade de vida dos doentes.
“A cirurgia pode ser uma alternativa para travar este distúrbio que afeta a qualidade de vida das pessoas”, afirma António Costa Ferreira, professor da FMUP.
A doença, que afeta uma em cada três pessoas, segundo dados da Lusa, não melhora com medicamentos. Embora a maioria dos doentes responda positivamente a tratamentos por fármacos, “até um terço dos casos desenvolve resistência à medicação, não tolera os efeitos secundários ou tem contra-indicações para a sua utilização”, diz um dos autores do estudo.
No sentido de contradizer a resistência no seio da comunidade médica, que tal como os doentes e outros profissionais mostram “não estar totalmente conscientes da existência desta possibilidade”, o médico publicou um artigo cientifico dedicado à cirurgia plástica e reconstrutiva, em colaboração com os investigadores Sara Henriques, Alexandre Almeida e Helena Peres. Dos resultados da investigação, destaca-se a convicção de que o tratamento cirúrgico da enxaqueca é um procedimento “seguro e eficaz”.
Os mais de 50 trabalhos de investigação analisados, os autores relatam uma melhoria significativa entre 58,3% a 100% dos casos e a eliminação completa do distúrbio em 8,3% a 86,8% dos doentes.
Os investigadores destacam ainda a diminuição dos custos a longo prazo, comparativamente ao tratamento por medicamentos.