Incêndios: Área ardida mais do que triplicou este ano face a 2021 e é a maior desde 2017

Incêndios: Portugal já registou mais de 7.000 hectares de área ardida em 2023
LUSA/ Rui Minderico

A área ardida mais do que triplicou este ano em relação a 2021, tendo os incêndios rurais consumido até ao final de setembro 109.514 hectares, o valor mais elevado desde 2017, segundo os últimos dados oficiais.

O relatório provisório do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) indica que, entre 1 de janeiro e 30 de setembro ocorreram 10.168 incêndios rurais que resultaram em 109.514 hectares (ha) de área ardida, entre povoamentos (54.557 ha), matos (43.872 ha) e agricultura (11.085 ha).

Em comparação com o mesmo período de 2021, a área ardida aumentou 309% este ano, tendo as chamas consumido mais 82.796 hectares, e os incêndios aumentaram 43%, ao registaram-se mais 3.060 fogos.

“Comparando os valores do ano de 2022 com o histórico dos 10 anos anteriores, assinala-se que se registaram menos 27% de incêndios rurais e mais 15% de área ardida relativamente à média anual do período. O ano de 2022 apresenta, até ao dia 30 de setembro, o quinto valor menos elevado em número de incêndios e o quinto valor mais elevado de área ardida, desde 2012”, lê-se no relatório.

Os dados provisórios mostram que os anos com mais área ardida na última década, até 30 de setembro, foram 2017 (249.852 hectares), 2016 (162.848), 2013 (156.710) e 2012 (117.250).

Por sua vez, os anos com maior número de fogos foram 2012 (24.428), 2013 (21.477), 2015 (18.330), 2016 (13.995), 2017 (16.628) e 2018 (10.343).

Segundo o ICNF, o maior número de incêndios deflagrou nos distritos do Porto (2.452), Braga (1.136) e Vila Real (849) e foram “maioritariamente de reduzida dimensão” ao não ultrapassam um hectare de área ardida, mas o distrito mais afetado em área ardida foi o de Vila Real (25.384), representando mais de 23% da área total ardida até 30 de setembro.

Outros distritos com mais área ardida foram Guarda, com 25.378 hectares (cerca de 23% do total), e de Leiria, com 10.631 hectares (cerca de 10% do total).

O ICNF precisa que também foram os concelhos da Guarda, Manteigas, Covilhã, Vila Real e Ourém os mais afetados.