João Loureiro usado para despistar autoridades

João Loureiro usado para despistar autoridades
Porto 20/12/2018 - João Loureiro, presidente do Boavista Futebol Clube, em final de mandato. (Leonel de Castro/Global Imagens)

Dois dos suspeitos da Operação Descobrimento estavam em Portugal.

A rede que terá traficado toneladas de cocaína para Portugal foi desmantelada ontem numa operação policial transnacional.

Dois dos suspeitos da Operação Descobrimento estavam em Portugal. João Loureiro terá sido utilizado pela rede criminosa para afastar os olhares das autoridades. 

João Loureiro, o ex-presidente do Boavista, tinha sido um dos detidos e visados da investigação em fevereiro do ano passado no aeroporto internacional de Salvador, quando o jato alugado foi travado na pista pelas autoridades brasileiras.

Perto de 650 kilos de cocaína viriam a ser encontrados na fuselagem do aparelho.

João Loureiro sempre negou envolvimento em qualquer rede de tráfico de droga, mas a investigação das autoridades brasileiras seguiu todas as pistas e agora o português terá sido usado por Rowles Magalhães, empresário brasileiro, para escapar a fiscalizações.

Era aliás uma das estratégias utilizadas pela rede de tráfico de droga internacional, aproveitar o transporte de pessoas prestigiadas para afastar quaisquer suspeitas das autoridades.

Mais de um ano depois, a rede de tráfico internacional de droga foi desmantelada.

A informação sobre os resultados da Operação Descobrimento que envolveu a Polícia Judiciária portuguesa surpreendeu João Loureiro.
Certo é que em Portugal foram cumpridas duas das 43 buscas realizadas no âmbito desta operação. 

Foi num hotel de luxo da cidade de Lisboa que uma mandantes da organização, Nelma Kodama, foi detida. 

Para branquear o dinheiro que lucravam com o tráfico de droga, a rede investia parte na compra de casas no Brasil.

A operação Descobrimento contou ainda com a intervenção das brigadas norte-americanas de combate ao narcotráfico. Ao todo, sete pessoas foram detidas. Entre elas estará também o antigo secretário de estado brasileiro da Ciência e Tecnologia, Nilton Borgato.

A defesa do governante já reagiu e rejeitou qualquer envolvimento no caso e que Borgato está disponível para colaborar com a justiça.

No entanto, as autoridades brasileiras ainda estarão à procura de pelo menos mais um suspeito, o cabecilha da rede.