Fernando Medina diz que caos das urgências não se deve a constrangimentos financeiros. Ministro das Finanças fala em falta de profissionais.
O encerramento das urgências dos hospitais portugueses têm vindo a ser um tema polémico, mas quando começou tudo isto e como resolver? Incialmente aconteceu o encerramento das urgências de obstetrícia, onde Marta Temido indicou ser uma carência de profissionais inesperadas. Com o passar dos dias e com a notícia do óbito de um recém-nascido, o interesse dos jornalistas, sindicatos, ordens profissionais e pela oposição política tornou-se mais presente e forte.
O falatório público tornou-se ensurdecedor, trazendo-se à tona episódios antigos e recentes dos problemas verificados no Serviço Nacional de Saúde (SNS). As listas de espera intermináveis, a demissão de chefias, bem como as horas extraordinárias realizadas pelos profissionais de saúde são alguns dos problemas verificados pelo sindicato dos médicos.
Posição de António Costa e do governo
António Costa, Primeiro Ministro, de forma a corrigir o erro anunciou um plano de ação com medidas de curto e médio prazo. Algumas das decisões passam pelo aumento dos profissionais e do pagamento das horas extraordinárias de forma a garantir o funcionamento da rede de cuidados e permitir que seja criada uma rede de referencia da saúde materna e da obstetrícia.
Marta Temido depois de argumentar no parlamento, não conseguiu convencer. A ministra da saúde apelidada de “ministra do caos” considera que a dimensão estrutural deste problema só pode ser resolvida quando o novo estatuto do SNS for aprovado.
Fernando Medina responde
Ministro das Finanças afirmou que os problemas na saúde não se devem a constragimentos financeiros, mas antes à falta de profissionais médicos. Fernando Medina considera que as áreas de ginecologia e obstetrícia, mais afetadas, são compostas por “profissionais numa idade mais avançada”, mas também com “uma percentagem importante de profissionais que exclusivamente trabalham no setor privado e não no setor público”.
Médicos falam em soluções feitas “em cima do joelho”
No entanto, a causa destes problemas são mais profundas e longas. Os sindicatos dos médicos explicam que o plano de curto e médio prazo “feito em cima do joelho” não é suficiente para responder aos danos e problemas. A revisão das carreiras profissionais, que implicam um modelo de financiamento e uma relação público-privada, parece ser a forma de resolução eficaz.
O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) pediu uma reunião com o Ministro das Finanças, Fernando Medina, para falar sobre as razões estruturais da crise na saúde, nomeadamente o encerramento das urgências por falta de médicos.