Mulher escravizada durante 23 anos em Castelo Branco

Polícia Judiciária
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Polícia Judiciária deteve três pessoas da mesma família por suspeitas escravidão e tráfico de pessoas.

O esquema passava por aliciar pessoas fragilizadas com carências económicas e dificuldades de integração, com promessas de trabalho com uma remuneração justas em explorações agrícolas em Espanha e Portugal. Foi assim que a Polícia Judiciária descreveu a atuação de três pessoas que foram detidas por alegados de crime de escravidão e tráfico de pessoas.

Em comunicado, a PJ descreve que os suspeitos “intermediavam junto de vários empregadores o fornecimento deste tipo de mão de obra, mantendo as vítimas controladas sob ameaça e coação, ficando na posse da quase totalidade dos proventos auferidos, através da apropriação do dinheiro que os empresários lhe entregavam para pagamento dos salários”.

A investigação começou em novembro do ano passado, juntamente coma GNR, tendo sido resgatada uma mulher de 36 anos, com um filho menor. Foi, segundo a PJ, escravizada durante 23 anos. Vivia em Castelo Branco “num anexo da habitação dos suspeitos, em condições desumanas”.

A mulher era forçada a trabalhar em “várias campanhas agrícolas” sem qualquer tipo de remuneração. Além disso, era “obrigada a entregar as prestações sociais que mensalmente recebia”.

Os detidos, dois homens e uma mulher 35, 52 e 53 anos de idade ficaram em prisão preventiva.