Operação Marquês: Advogado de Sócrates admite que MP pediu alteração das medidas de coação

Operação Marquês: Relação recusa pedido de Sócrates para afastar juiz substituto de Ivo Rosa
LUSA/ José Sena Goulão

O advogado de José Sócrates admitiu hoje que o Ministério Público promoveu uma alteração à​ medidas de coação do ex-primeiro-ministro, mas salientou que a juíza Margarida Alves ainda não emitiu o despacho sobre a questão.

Pedro Delille falava aos jornalistas à saída do Campus de Justiça, em Lisboa, onde durante cerca de duas horas José Sócrates foi interrogado pela juíza titular do processo extraído da Operação Marquês para prestar esclarecimentos sobre as suas viagens ao Brasil, onde está a realizar um doutoramento. 

O pedido de interrogatório havia sido requerido à juíza Margarida Alves pelo MP, que entendia que o antigo primeiro-ministro não se podia ausentar do país por mais de cinco dias, por se encontrar sujeito a termo de identidade e residência. 

Em contraponto, José Sócrates reiterou hoje à saída do tribunal que não esteve sujeito a termo de identidade e residência, no âmbito deste processo, até ao passado dia 14 de junho, altura em que a juíza pediu uma extração de certidão do processo principal “Operação Marquês”, no qual José Sócrates estava efetivamente sujeito a esta medida de coação. 

Confrontado pelos jornalistas sobre se o MP tinha hoje proposto que o antigo primeiro-ministro entregasse o passaporte, Delille respondeu: ”Nada disso, o engenheiro Sócrates já teve (retirada de passaporte) e depois extinguiu-se”.

Apesar de admitir que o MP promoveu uma alteração da medida de coação, Pedro Delille não precisou qual foi o teor da alteração proposta pelo procurado Vítor Pinto, justificando não ter percebido bem o teor do proposto.

Momentos antes, o antigo primeiro-ministro tinha acusado o MP de “abuso, violência e encenação” com o pedido de interrogatório sobre as viagens ao Brasil após a decisão instrutória do processo Operação Marquês.