Sindicalistas e partidos políticos acusam o governo de não responder às necessidades do país.
A proposta de Orçamento do Estado para este ano foi recebida com descontentamento. Da esquerda à direita, a oposição do governo foi unânime quanto às criticas ao Orçamento do Estado.
O PSD apontou o dedo ao documento, afirmando que o Orçamento se traduz numa austeridade encapotada e que não responde ao que considera ser o principal desafio estrutural do país, o crescimento económico, a produtividade e a competitividade.
O vice-coordenador do PSD na Comissão de Orçamento e Finanças, Jorge Paulo Oliveira, referiu ainda que o documento foge à grande necessidade do país, a inflação. Os sociais democratas não anteciparam o sentido de voto do partido.
Na mesma linha, André Ventura afirmou que o Orçamento não foi preparado para os efeitos da guerra na Ucrânia na economia. O líder do Chega acusou o governo de não investir em setores importantes e fechar os olhos ao salário médio.
Já o presidente da Iniciativa Liberal foi mais longe e antecipou um provável voto contra o orçamento. João Cotrim Figueiredo pediu esclarecimentos ao Governo sobre como é que o Orçamento do Estado mantém o mesmo défice, gastando mais e sem cortar em nada.
O PCP considera a proposta apresentada ontem mais desajustada do que a apresentada há cinco meses e que aprofundará estrangulamentos à vida dos portugueses.
Já os bloquistas acusam o governo de acelerar a perda de poder de compra” e de “ganhar com a inflação” ao não devolver aos trabalhadores o aumento dos preços na economia.
Apesar das críticas, e mesmo que os partidos votem contra o orçamento, a maioria absoluta permite a António Costa respirar de alívio e ver o documento passar na Assembleia da República.
Também os sindicatos da Função Pública se mostraram insatisfeitos com a proposta de Orçamento do Estado para 2022.
A presidente do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado garante que vai questionar a ministra da Presidência, que tem a tutela da Administração Pública, sobre o que é que tem a propor a estes trabalhadores.
O descontentamento é geral entre todas as organizações sindicais e a Frente Comum já prometeu uma reação na rua.
Sebastião Santana considera que manter os aumentos salariais de 0,9% para este ano é surreal perante o nível de inflação que o país regista.