Os alertas são cada vez mais frequentes, numa altura em que o país atravessa uma situação de seca e é preciso mudar os hábitos.
Só em Lisboa, cada pessoa consome em média 133 litros de água por dia, mais 23 litros por pessoa do que aquilo que as Nações Unidas calculam ser preciso para satisfazer as necessidades básicas diárias.
Para Francisco Ferreira, da Associação ZERO, a mudança tem de começar na educação dos cidadãos.
“O governo já deveria estar com campanhas mais ativas sobre aquilo que podemos fazer em termos da água de consumo humano que neste momento não está em risco mas pode vir a estar”, afirmou o responsável.
O consumo de água nos países desenvolvidos distribui-se em 70% para a agricultura, 22% para a indústria e 8% para o consumo doméstico.
Ainda que seja em casa onde se gasta menos água, há sempre pequenos gestos que podemos adotar e que podem vir a fazer a diferença no futuro.
“Se tivermos um pequeno pedaço de jardim ter espécies adequadas para não estarmos sempre a regar. Termos espécies mediterrânicas adaptadas ao nosso clima e bastante resistentes. Porque quem tenha um pequeno jardim em casa acaba por ter consumos muito elevados às custas dessa rega”, afirmou Francisco Ferreira.
No que toca ao banho, os de banheira cheia ou imersão nem são uma hipótese e mesmo os duches devem ser regrados e não ir além dos cinco minutos
“Garantir que temos chuveiros mais eficientes, que têm um caudal menor mas que nos dão a sensação de estar a apanhar com muito mais água e efetivamente ela é mais do que suficiente para nos lavarmos”, acrescentou.
No autoclismo, as previsões da associação zero são de que cada pessoa esteja a usar o dobro dos litros por descarga daquilo que é necessário. E para isso também há truques.
“Se nós pusermos por exemplo uma garrafa de água cheia, ou um objeto que ocupe parte do autoclismo, ou se regularmos, muitos autoclismos permitem o volume de descarga, nós também conseguimos reduzir significativamente o uso de água em nossas casas.”
No que toca ao lavar da loiça, a máquina é o mais recomendado pois permite um maior controlo da água que se gasta. No caso de não ter, deve usar alguidares ou as tinas do lava loiça fechadas de forma a não ter água a correr durante vários minutos.
Se tem uma empresa, também há pequenas mudanças que pode adotar.
“Usar água reutilizada. No Algarve ainda só temos dois campos de golfe que utilizam águas residuais. Nós precisamos que mais campos de golfe usem essa água em vez de irem buscar aos aquíferos. Nós podemos numa empresa canalizar as águas dos lavatórios para um reservatório grande que depois é usado pelos autoclismos, as chamadas águas cinzentas.”
Seja em casa ou numa empresa, são pequenos gestos que podem fazer a diferença no futuro do planeta.
