Vítimas com receio de que os conteúdos fossem divulgados aceitavam manter relações sexuais.
A verdadeira extensão do caso é ainda uma interrogação para os inspetores da Polícia Judiciária do Porto.
Nos últimos cinco anos, um pescador, de 29 anos, usou as redes sociais para aliciar inúmeras jovens, algumas menores de idade. Para conquistar o interesse e confiança das vítimas, o predador fazia-se passar por um jogador de futebol e empresário desportivo. Depois pedia fotografias de natureza íntima em que estivessem despidas. As jovens acediam e acabavam chantageadas e coagidas a enviar mais conteúdos semelhantes.
De acordo com a investigação, as vítimas com receio de que os conteúdos fossem divulgados aceitavam manter relações sexuais com o falso jogador de futebol.
Para alimentar o esquema e angariar mais vítimas, o predador também obrigava as jovens a entregarem-lhe as passwords de acesso das redes sociais. Com o controlo das páginas, o suspeito conseguia chegar a mais pessoas e continuar a extorsão sexual.
A PJ identificou múltiplas vítimas na zona norte e centro do país, mas tudo leva a crer que mais jovens e menores sejam identificadas ao longo da investigação. O órgão de investigação criminal apela ainda que eventuais vítimas do agressor apresentem as denúncias que permitam responsabilizá-lo criminalmente pelo maior número de crimes cometidos.
O pescador, de 29 anos, vai agora ser levado a primeiro interrogatório judicial.
