Uma crise de ciúmes do novo genro ou uma depressão por falta de dinheiro são algumas das pontas soltas investigadas.
A Polícia Judiciária tenta descortinar o caso que chocou a vizinhança, pelo fim trágico mas também inesperado para a família cabo-verdiana.
Entre as várias de linhas de investigação, os inspetores estarão a analisar o contexto familiar, apesar de os vizinhos dizerem que a relação existente entre avô, neta e mãe era de carinho e sem discussões conhecidas, a insuficiência económica poderia estar a afetar a sobrevivência da família.
Olegário Borges, o homem de 69 anos, seria como um pai para a pequena Lara. A menina de sete anos chamava pai ao avô, tal era a proximidade e a cumplicidade.
“Via sempre ela a passar com a filha, o avô com a menina. Sempre. Para cima e para baixo, ir buscar à escola, brincar, ir ao parque”, explicou uma vizinha à Record TV, mostrando-se surpreendida com toda a história. “Sim, estamos todos chocados. Não esperava isso dele”, afirmou.
Segundo apurámos, não existe qualquer histórico de violência que envolvesse a família ou este apartamento quer na GNR ou nos bombeiros. Os peritos da Polícia Judiciária estão ainda a investigar o que terá motivado o avô a esfaquear até à morte a menina dos olhos dele.
Em cima da mesa estará também a ser investigada uma eventual depressão e se a existência de um novo genro poderá ter sido vista como uma ameaça para Olegário.
Lara, de apenas sete anos de idade, foi morta à facada na casa onde vivia com o avô e com a mãe. Estaria ainda viva à chegada dos meios de socorro, mas não resistiu aos graves ferimentos durante o transporte até ao Hospital de Vila Franca de Xira. O cenário foi encontrado por Joana, a mãe da menina, quando chegou a casa após uma saída à noite. Tinha deixado a filha com o avô, como era habitual.
Joana Borges gritou por ajuda e em desespero por não ter conseguido salvar a menina.
O autor das facadas, que também infligiu golpes em si próprio para terminar com a própria vida após o crime, sobreviveu. Está internado no Hospital Santa Maria em Lisboa, deverá ser detido e ouvido por um juiz assim que tiver alta hospitalar.