Portugal já recebeu 141 pedidos de proteção internacional de ucranianos

Portugal já recebeu 141 pedidos de proteção internacional de ucranianos

País tem hoje capacidade de alojamento para 1245 deslocados da Ucrânia.

Portugal já recebeu 141 pedidos de proteção internacional de cidadãos ucranianos, revelou hoje a ministra da Administração Interna.

A ministra da Administração Interna, Francisca Van Dunem – juntamente com as ministras de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, e do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho – esteve hoje na conferência de imprensa após o Conselho de Ministros extraordinário, e que se reuniu de forma eletrónica, no qual foi aprovada a resolução que concede proteção temporária a pessoas deslocadas da Ucrânia em consequência da situação de guerra que vive o país.

“Nós, neste momento, já temos um conjunto de pedidos de proteção internacional de cidadãos ucranianos na ordem dos 141. Número de ontem às 19:00. Basicamente, 30 menores de 18 anos, entre os 18 e os 64 são 106 pessoas, sendo que cinco são maiores de 65”, precisou Francisca Van Dunem.

Questionada sobre o número de pessoas que estão a fugir à guerra na Ucrânia que Portugal poderá acolher, a ministra afirmou não poder dizer neste momento quantas pessoas serão.

“Do ponto de vista da União Europeia, dia 05 [sábado] há uma reunião de ministros da Administração Interna em que essa questão vai ser abordada, na medida em que na repartição se terá em conta as capacidades de cada um dos países”, revelou.

Segundo Van Dunem, nessa altura será possível ter “alguma indicação melhor” até porque também haverá já “uma melhor perceção do número de pessoas que conseguiram efetivamente sair”, reiterando que estas serão “maioritariamente mulher e crianças”.

Portugal tem à data desta terça-feira capacidade para o alojamento de 1.245 pessoas que estejam deslocadas da Ucrânia, revelou a ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva.

Na conferência de imprensa após o Conselho de Ministros extraordinário, que decorreu de forma eletrónica, e no qual foi aprovada “a resolução que concede proteção temporária a pessoas deslocadas da Ucrânia em consequência da situação de guerra” que vive o país, Mariana Vieira da Silva deu nota da disponibilidade de alojamento para estes cidadãos.

“O dia de ontem [segunda-feira] foi um dia de muita disponibilização de oferta de alojamento e, portanto, o número que temos hoje, neste momento, é capacidade para acolher 1.245 pessoas. É uma evolução muito significativa”, referiu aos jornalistas.

De acordo com a ministra, o Governo está a “trabalhar com diversas instituições, com as câmaras e com a sociedade civil para ter uma lista de alojamentos já disponível”, considerando que este é um processo semelhante ao que aconteceu com a situação do Afeganistão.

“Neste momento, o esforço de resposta está concentrado nos centros nacionais de apoio à integração de migrantes. Eles são três a nível nacional e já hoje trabalham com os diferentes serviços públicos nesta resposta e pareceu-nos por isso ser a primeira frente desta resposta. Naturalmente ela poderá ser escalada e à semelhança do que aconteceu no passado, se sabemos que há um voo com muitas pessoas a chegar, os serviços dirigem-se ao aeroporto e é lá mesmo que procuram dar esta resposta“, explicou.

Assim, segundo Mariana Vieira da Silva, as equipas móveis deslocam-se “aos locais de chegada quando são eles são organizados e em número significativo” e há depois “uma resposta no território nacional, em Lisboa, no Porto e no Algarve, que já está a ser organizada nestes centros que já hoje reúnem muitos destes serviços públicos”.

Já de acordo com a ministra da Administração Interna, Francisca Van Dunem, “este sistema simplificado já foi usado em Portugal em 1999, na crise do Kosovo – há uma resolução do Conselho de Ministros que não se baseia nesta legislação, mas em anterior, mas que tem o mesmo sentido – e também numa outra situação relativa à Guiné-Bissau”, não sendo “propriamente uma situação inédita”.