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Portugueses não conseguem comprar os medicamentos que precisam

Deco Proteste afirma que medicamentos de venda livre são mais caros nas farmácias
© Envato

Segundo um inquérito nacional, famílias carenciadas não têm dinheiro para conseguir comprar todos os medicamentos necessários.

Cerca de metade das famílias carenciadas portuguesas com crianças e jovens até aos 15 anos não têm posses para comprar todos os medicamentos que devia, sendo este um dos indicadores de um dos principais entraves no acesso a cuidados de saúde.

Pedro Pita Barros e Carolina Santos são os investigadores do estudo “Acesso das Crianças a Cuidados de Saúde” da faculdade de Economia e Gestão da Universidade Nova de Lisboa (Nova SBE), que numa primeira versão divulgada ao público em dezembro, indicava que a pobreza impossibilita muitas famílias a irem às urgências ou consultas.

Na última versão, agora divulgada, o relatório mostra que, no nosso país onde os menores estão isentos do pagamento de taxas moderadoras, uma das causas principais desta barreira financeira no acesso aos cuidados de saúde está interligada com o valor dos medicamentos.

Foi concluído ,através de uma análise aos agregados familiares com crianças e jovens abaixo dos 15 anos, que 50,7% das famílias em situação de elevada carência económica em 2022 não adquiriram todos os medicamentos que deviam.

Esta percentagem é quase três vezes maior em relação às famílias pertencentes ao escalão anterior (17,11%) e doze vezes superior face aos agregados familiares com dificuldades económicas menos acrescidas (4,22%).

Outros indicadores mostram que existe uma preferência por medicamentos genéricos, por terem um valor mais baixo que os de marca, sendo neste caso também identificadas diferenças relacionadas com a situação socioeconómica das famílias.

Conclusões retiradas em dezembro, mostram um aumento da percentagem de famílias que não procurou o auxílio médico devido, a versão mais recente deste relatório mostra que a probabilidade destas famílias não irem a uma consulta ou urgência por falta de dinheiro triplicou em apenas um ano, de 2,14% para 7,35%.

Duas em cada dez famílias evitam ir ao médico por esse motivo, sendo que sem as taxas moderadoras, estas barreiras económicas dão-se devido ao custo de transportes ou aos custos associados à aquisição de medicamentos.

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