“Tem de ficar muito claro que no território da NATO ninguém entra”

“Tem de ficar muito claro que no território da NATO ninguém entra”

António Costa afirmou que Aliança não intervém em países terceiros, mas irá defender-se.

António Costa afirmou hoje que “tem de ficar muito claro que no território da NATO ninguém entra”, acrescentando que a Aliança não intervém em países terceiros nem quer agravar tensões, mas irá defender-se.

“A NATO é uma aliança defensiva, não desencadeia a guerra, não intervém em guerra em território terceiro, e por isso não está a participar em ações militares no território da Ucrânia. Dá apoio militar, dá apoio político, dá apoio moral, dá apoio económico, não intervém militarmente. Mas é uma aliança defensiva, e tem de ficar muito claro que no território da NATO, ninguém entra”, afirmou o primeiro-ministro, à entrada para o quartel-general da Organização do Tratado do Atlântico Norte, onde decorre a cimeira de líderes da Aliança.

O chefe do executivo afirmou que a NATO “não contribuirá em nada” para a escalada do conflito na Ucrânia, considerando que, quer “a retórica da Rússia”, quer a sua decisão de pôr o arsenal nuclear em prontidão, “só contribuem para fazerem a escalada relativamente” à guerra na Ucrânia.

“A NATO não tenciona contribuir para essa lógica de agravamento da tensão. Pelo contrário, tem procurado reforçar as mensagens de tranquilização, de construção de caminho para a paz, e que as negociações tenham efetividade e não sejam simplesmente uma forma de ganhar tempo para prosseguir a destruição e ação de guerra na Ucrânia”, considerou.

“Um minuto de guerra já é tempo a mais de guerra e esta guerra tem sido conduzida de uma forma particularmente brutal, particularmente violenta, particularmente dura, não se dirigindo a alvos militares, mas pelo contrário a uma destruição massiva de cidades, de uma falta de humanidade como eu creio que nenhum de nós tem memória de ter visto”, referiu.

Abordando a cimeira dos líderes da NATO, Costa considerou que a reunião “vale por si própria” e pelo “momento em que se realiza”.

É “uma cimeira onde claramente reafirmamos a unidade da Aliança, no pilar europeu, no pilar do Reino Unido, no pilar americano, unidos na defesa da paz e numa afirmação muito clara de que é preciso pôr termo à guerra, é preciso restabelecer o direito internacional com a retirada das tropas russas da Ucrânia e o respeito pela integridade territorial e independência da Ucrânia”, afirmou Costa.

Os chefes de Estado e de Governo da NATO reúnem-se hoje, quando faz um mês desde o início da guerra na Ucrânia, a 24 de fevereiro. Está prevista a participação, por videoconferência, do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.