Em média, desde o início do ano, 16 automobilistas ficaram diariamente sem os catalisadores dos seus carros e com prejuízos de centenas de euros.

Nos últimos meses, e segundo as autoridades, o fenómeno criminal sofreu algumas alterações. Não é só nas grandes cidades que os criminosos atuam, nem tão pouco os carros antigos são os alvos preferidos.

Em entrevista, o Intendente António Santos, da Divisão de Investigação Criminal da PSP, admite que “em termos de viaturas alvo de furto houve alguma mudança, acreditamos nós mais pela escassez – porque eram viaturas com alguma antiguidade – e, entretanto, houve necessidade de adaptar”. Significa que agora estes criminosos procuram todo o tipo de veículos, novos ou velhos. Caso para pensar que ninguém está a salvo.

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Intendente António Santos, Divisão de Investigação Criminal da PSP | © Record TV Europa

O método utilizado pelos suspeitos mantém-se. Munidos com rebarbadoras elétricas e macacos hidráulicos, colocam-se debaixo de carros estacionados em locais pouco movimentados. Em poucos minutos removem o catalisador e fogem.

Conselhos das autoridades

 

– Evitar estacionamentos em locais ermos ou com má iluminação;

 

– Anotar as características dos suspeitos e dos carros utilizados e participar às autoridades.

O número crescente de furtos tem indignado os proprietários de veículos, que acusam as autoridades de não intervir a tempo. No entanto, a PSP garante que grande fatia dos detidos acontece em flagrante delito.

“Dos 592 suspeitos identificados, a grande maioria é fruto de uma intervenção inicial, na primeira resposta, do flagrante delito. Temos sempre a premissa de intervir o mais cedo possível para transmitir um sinal de que a intervenção imediata sobre o grupo de autores permitirá de alguma forma prevenir ilícitos futuros”, explica o Intendente António Santos. Até agora, 16 suspeitos ficaram detidos em prisão preventiva.

O número de detenções efetuadas pela PSP remonta ao início do pico do fenómeno identificado em fevereiro de 2020. Até agora foram furtados 7350 catalisadores em todo o país.

A PSP acredita que duas operações de grande envergadura no distrito de Coimbra deram um golpe neste tipo de crimes, mas admite que neste início de ano os furtos de catalisadores regressaram em força.

O que são e porque estão a ser furtados?

16 catalisadores roubados diariamente
© Envato

O catalisador é uma peça de veículo, junto ao escape. Concentra resíduos e materiais, que podem ser valorizados no mercado paralelo. Neste momento, as autoridades têm identificados alguns fins relacionados com esta atividade criminal: para revenda no mercado negro; para venda a empresas de tratamento de resíduos; ou ainda para vender os metais preciosos que contêm no interior – nomeadamente platina, ródio e paládio, cujos valores podem ser superiores ao do ouro.

FONTE© Envato