Joaquim Domingos, presidente da Associação Portuguesa dos Doentes da Próstata (APDPróstata), usa o seu caso particular para chamar a atenção de outros homens. “Foi-me diagnosticado cancro da próstata, numa fase muito inicial, já há uns doze anos e ainda aqui ando!”, conta.

Neste caso, a vigilância dos cuidados primários foi essencial para detetar a doença numa fase precoce. E recorda: “A minha médica de família viu alguma coisa noutros exames que eu tinha feito e disse-me que era melhor eu ir ver um urologista. Perguntei-lhe se havia algum problema e ela disse que não, mas que poderia vir a ter.” 

Joaquim passou a ser visto por um urologista todos os anos. Numa dessas consultas, um dos valores chamou a atenção do médico e foi necessário fazer uma biópsia: “Ou seja, retirou uma amostra da minha próstata e disse que tinha dois ou três sinais que indiciavam estar com cancro da próstata. O médico disse ‘vamos fazer uma intervenção e isso resolve-se. Tomara eu, como médico, que todos os pacientes que cá me aparecem estivessem no seu estado…. O problema é aparecerem já num estado muito mais avançado, em que este tipo de intervenção que vamos fazer, já não adianta nada’. E foi o que fizemos”, lembra o doente.

Por ano, são detetados problemas na próstata a cerca de 150 mil homens. No que toca ao cancro, perto de mil e 300 morrem da doença

Ainda hoje, Joaquim Domingos toma medicação para a doença, mas, de resto, faz uma vida normal. O dirigente da APDPróstata quer assim chamar a atenção para a importância dos rastreios nestas patologias muito silenciosas. “Infelizmente não temos conseguido da parte do Governo grandes apoios. Então, foi agora publicado este manifesto, que propõe que haja efetivamente mais atenção para estes problemas, sobretudo do cancro da próstata, da mesma forma que é também dada atenção às mulheres que têm cancro da mama. E a verdade é que, comparando os números, são mais os homens que morrem de cancro da próstata do que as mulheres que morrem de cancro da mama”, refere. 

O manifesto, lançado agora pela APDPróstata, apela a mais informação sobre o tema, por exemplo, em meio hospitalar, e incita os homens com mais de 40 anos a fazerem regularmente, como primeiro despiste, um exame sanguíneo chamado PSA.

Os últimos dados indicam que há um total de 150 mil homens, por ano, com problemas na próstata. No que toca ao cancro, cerca de mil e 300 morrem da doença.

FONTE© Envato