Estes são os quatro candidatos melhor posicionados nas sondagens e um deles deverá ser o próximo inquilino do Palácio do Planalto, em Brasília.
Jair Bolsonaro
É militar reformado e aos 67 anos tenta a reeleição pelo Partido Liberal. Entrou para a política em 1988, quando foi eleito vereador pelo Rio de Janeiro. Depois foi deputado federal, cargo que desempenhou até 2018, quando se candidatou à Presidência da República.
Nascido em Glicério, no interior de São Paulo, Bolsonaro foi registado na cidade de Campinas.
Pai de cinco filhos, foi o primeiro paulista eleito Presidente desde Rodrigues Alves, eleito no início do século XX.
Principais propostas
O programa de Jair Bolsonaro é mais virado para as políticas económicas e defende uma agenda de incentivo ao empreendedorismo, desburocratização, simplificação tributária, manutenção da atual legislação trabalhista, assim como a garantia do processo de consolidação fiscal como pilares para o desenvolvimento do país.
O candidato diz que, caso conquiste mais um mandato, manterá o Auxílio Brasil, um programa de ajuda social às famílias no valor de 600 reais mensais (cerca de 110 euros) e trabalhará pelo aumento na proporção de empregos formais na economia.
Promete gerar mais seis milhões de postos de trabalho no próximo mandato e quer garantir sustentabilidade da trajetória da dívida pública, através da consolidação do ajuste fiscal que reduza a relação entre a dívida pública e o PIB. Não há, no entanto, detalhes sobre como pretende cumprir estas metas.
Entre outras medidas, o programa de Jair Bolsonaro fala também no desenvolvimento do sector do turismo, com ações como a valorização do património cultural e natural, do aproveitamento de destinos turísticos inteligentes e da expansão segmentada dos produtos turísticos brasileiros.
Lula da Silva
Aos 76 anos, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é o candidato pelo Partido dos Trabalhadores e o principal adversário de Jair Bolsonaro.
Entrou na vida política quando concorreu ao governo de São Paulo, em 1982.
Lula nasceu em Caetés, no estado de Pernambuco, é ex-metalúrgico e governou o Brasil entre 2003 e 2010.
Em 2018 foi preso e impedido de disputar as eleições daquele ano com base na lei da ‘Ficha Limpa’.
Em 2021, o Supremo Tribunal Federal anulou as condenações de Lula e a 21 de julho foi confirmado como candidato a Presidente da República nas eleições deste ano.
Lula da Silva foi o primeiro ex-operário a tornar-se Presidente do Brasil.
Principais propostas
O programa que Lula promete “proteger o património do país e recompor o papel coordenador do Estado e das empresas estatais” no processo de desenvolvimento económico, social, produtivo e ambiental do Brasil.
Prioriza a queda da inflação e o combate à fome. A redução das desigualdades é considerado um ponto prioritário na agenda.
Para combater a desigualdade, Lula propõe um papel incisivo do Estado e promete reconstruir e fortalecer programas sociais como a Bolsa Família e o Sistema Único de Assistência Social.
O candidato diz que, se for eleito, revoga o teto de gastos – medida aprovada durante o governo de Michel Temer -, desenvolve uma nova legislação trabalhista e uma reforma tributária. Promete também implementar uma nova política de valorização do salário mínimo.
Lula reitera que é contra as privatizações da Petrobras, da Eletrobras e dos Correios e pretende criar um novo regime fiscal, com simplificação das taxas para que pessoas com menor poder de compra paguem menos e os ricos paguem mais.
Ciro Gomes
Esta é a quarta vez que Ciro Gomes concorre às eleições Presidenciais e a segunda pelo Partido Democrático Trabalhista.
Nasceu no interior de São Paulo, foi governador do Ceará, ministro da Fazenda – o equivalente à pasta das finanças em Portugal – no governo de Itamar Franco e ainda ministro da Integração Nacional no governo de Lula da Silva.
Ciro Gomes tem 64 anos e é formado em Direito. Exerce funções como advogado e professor universitário. Quando foi candidato às eleições de 2018 ficou em terceiro lugar e obteve mais de 13 milhões de votos.
Desde então, manifestou-se em entrevistas e redes sociais com críticas ao Presidente Jair Bolsonaro e a outros candidatos.
Principais propostas
O programa de Ciro Gomes propõe acabar com o teto de gastos, taxar grandes fortunas, mudar a política de preços da Petrobras e criar um programa de refinanciamento de dívidas.
Ciro também pretende taxar dividendos e promover uma reforma tributária, com junção de impostos federais.
Está nos planos do candidato fazer com que o Brasil alcance indicadores de desenvolvimento semelhantes aos de Portugal, que aparece em trigésimo oitavo lugar no ranking de Índice de Desenvolvimento Humano, enquanto que o Brasil figura na posição 84.
Diz ainda que pretende ampliar a capacidade das refinarias para tornar o Brasil autossuficiente na produção de petróleo e na transformação em combustíveis e outros derivados.
Simone Tebet
Tem 52 anos, é natural de Três Lagoas, no estado do Mato Grosso do Sul.
Pela primeira vez é candidata às eleições do Brasil, pelo partido Movimento Democrático Brasileiro.
Fez carreira como advogada e professora de Direito. Em 2002 foi eleita deputada estadual. Foi depois prefeita de Três Lagoas por dois mandatos e vice-governadora do Estado de Mato Grosso do Sul, em 2010.
Ao chegar ao Senado, em 2014, liderou a primeira bancada feminina e foi a primeira mulher a presidir à Comissão de Constituição e Justiça.
Principais propostas
O programa de Simone Tebet à Presidência da República centra-se no combate às desigualdades sociais; no compromisso com a economia verde; na construção de um governo parceiro da iniciativa privada e na transparência, inclusão e combate a todas as formas de preconceito e discriminação.
Na economia, Simone promete avançar com as reformas tributária e administrativa, além de estimular parcerias público-privadas. É contra a privatização da Petrobras e defende a implementação de um programa permanente de transferência de renda com novos critérios, que substitua o atual Auxílio Brasil.
Na área ambiental, quer uma política de ‘tolerância zero’ contra a desflorestação ilegal da Amazónia e quer regulamentar o sistema de créditos de carbono.
A proposta de Simone Tebet coloca a área da educação no topo das prioridades nacionais. O documento defende a educação em tempo integral e uma nova base curricular que aproxime os ensinos médio, profissional e técnico do mercado de trabalho.