As conclusões são de um relatório do NatureServe, um importante grupo de investigação e pesquisa focado na conservação da Natureza.
O estudo agora divulgado revela que, nos Estados Unidos, 40 por cento dos animais e 24 por cento das plantas estão em risco de extinção. O definhar de várias espécies coloca em causa a sobrevivência dos ecossistemas, sendo que em território norte-americano cerca de 41% destes habitats enfrentam um possível colapso total. O relatório publicado reúne dados do trabalho de mais de mil cientistas entre os Estados Unidos e o Canadá.
“Quando as espécies de um determinado habitat se extinguem, ou começam a diminuir em número, isso poderá levar, eventualmente, ao colapso desse tipo de habitat”, explica o Presidente da organização NatureServe, Sean O’Brien, à agência Reuters.
Espécies ameaçadas
O relatório agora divulgado dá conta de como um grupo de espécies associadas à água, incluindo anfíbios, caracóis, mexilhões, lagostins e muitos insetos aquáticos, são os que apresentam a maior percentagem de risco de extinção, representando 37 por cento. As mesmas espécies cuja importância para proteção e conservação dos ecossistemas de água doce é essencial.
“Estas não são espécies com as quais as pessoas fiquem entusiasmadas, mas desempenham papéis muito importantes nos ecossistemas. São elas que filtram a água e a mantêm limpa. Se uma pessoa gosta de pescar com o filho ou filha vai importar-se sobre ter rios dinâmicos e limpos”, conta Regan Smyth, vice-presidente da NatureServe.

Entre as espécies polenizadoras, as abelhas estão particularmente ameaçadas, entre as espécies avaliadas. A necessidade de conservação destas e outras espécies de invertebrados é muitas vezes negligenciada, ainda que tenham funções essenciais para o equilíbrio dos ecossistemas.
No que toca a plantas o relatório mostra que quase todas as espécies de catos, cerca de 200 espécies de árvores e quase uma em cada cinco tipos de espécies de ervas estão em risco. Até mesmo espécies emblemáticas do Estados Unidos como a Armadilha de Vénus, provavelmente a planta carnívora mais conhecida, pode estar em risco.
As grandes áreas de pasto estão entre os ecossistemas mais ameaçados, com mais de metade dos 78 tipos de prados conhecidos em risco.
Áreas mais afetadas
Os estados norte-americanos da Califórnia e Texas bem como todo o sudeste dos Estados Unidos são os locais onde estão localizadas a maiores percentagens de plantas, animais e ecossistemas em risco.
A investigação dá conta ainda de que, como muitas áreas protegidas priorizam características geológicas ou paisagens de importância cultural em vez de visar a biodiversidade ameaçada, a maioria das espécies e ecossistemas em risco não são suficientemente protegidos para evitar ainda mais declínio.
Ameaças à biodiversidade
Entre as ameaças mencionadas no estudo, a destruição e degradação dos habitats, invasão de espécies, poluição e alterações climáticas são dadas como as principais responsáveis pela aceleração da diminuição da biodiversidade em território norte-americano. Ainda assim, a maioria destes fatores parece ter um denominador comum: a mão humana.
Conclusões “assustadoras”
Para o Presidente da NatureServe as conclusões do relatório são “assustadoras”, esperando que estas ajudem os legisladores a entender a urgência da aprovação de leis que protejam a biodiversidade.
Para Sean O’Brien é necessário mostrar aos governos estaduais norte-americanos as atuais lacunas presentes nas áreas protegidas e nas áreas que não o são.
“É muito mais fácil caçar furtivamente em terras que não estão a ser protegidas do que em terras que estão, portanto, colocar áreas protegidas em torno de espécies que estão em risco pode reduzir esta prática”, explica à Reuters.
Em comunicado, o Presidente da NatureServe fala na “sexta extinção”, referindo-se a um processo de extinção em massa de espécies em todo o planeta e lembra a necessidades das autoridades norte-americanas protegerem o que está no próprio ‘quintal’.
“As plantas, animais e ecossistemas encontrados nas nossas terras estaduais, tribais e federais são componentes-chave do nosso património cultural e natural. Devemos orgulhar-nos da biodiversidade no nosso quintal e priorizar a proteção do que está aqui, agora”, alerta.