Foram apresentadas oficialmente no final do mês de Abril. As três crias de leão de Angola já podem ser visitadas na savana do Jardim Zoológico de Lisboa.

São três machos e já têm 10 meses. Até aqui houve um processo de adaptação ao resto do grupo: “Só os estamos a apresentar agora porque o leão é uma espécie territorial e é o único felino que se organiza em grupo. Temos de respeitar os processos de adaptação dos novos elementos em relação ao restante grupo”, explica Laura Dourado, do Departamento de Comunicação do Jardim Zoológico de Lisboa.

Nos primeiros meses de vida conseguiram sempre ver e cheirar os outros leões, mas primeiro tiveram de perceber quem manda.

Laura explica que as crias “começam sempre por ver a mãe. Eles estão ainda muito ligados à progenitora e a seguir são apresentados às tias, as restantes fêmeas da instalação. E só no final é que são colocados juntos com o macho. O leão macho é o dominante e é quem manda neste grupo, daí que seja importante que as crias percebam a dominância e as hierarquias que estão estabelecidas no grupo para que possa correr tudo bem na sua adaptação.”

Durante dois anos vão ser amamentados pela mãe e nesse tempo vão aprender a caçar e a camuflar-se, ao observarem os adultos.

Estes animais chegam a dormir 20 das 24 horas do dia. Por isso, num dia de muito calor o mais provável é que os encontre à procura de uma sombra ou a descansarem junto à mãe.

Zoo de Lisboa tem novas crias de Leão
Laura Dourado, Departamento de Comunicação do Jardim Zoológico de Lisboa | © Record TV Europa

Espécie em risco

A espécie é classificada como vulnerável pela União Internacional para a Conservação da Natureza. Atualmente, o leão-africano apenas se encontra em 22 por cento do habitat original.

“A principal ameaça para esta espécie é o homem. As populações humanas crescem para o espaço de território do leão e há por vezes uma busca pelo mesmo tipo de alimento, e acaba por haver esse conflito. E o nosso trabalho não se cinge a este perímetro de Sete Rios [zona onde está localizado o Zoológico de Lisboa]. Nós estamos em todos os pontos do Mundo e em África. E um dos nossos objetivos não é apenas a reprodução das espécies. Nós também estamos no habitat natural, conversamos com as populações e, em conjunto com outras organizações, tentamos arranjar alternativas para criar um habitat mais saudável para que estes animais consigam vingar – e, desta forma, melhorar o seu estatuto de conservação e garantir que esta espécie não desaparece”, explica.

O leão de Angola está presente principalmente em áreas protegidas, como parques e reservas naturais. Logo, a reprodução em parques como o Jardim Zoológico assume uma importância elevada. O objetivo da reprodução passar também por tentar devolver a espécie cada vez mais ao seu habitat natural.

FONTE© Record TV Europa