Formada em 1993, a banda Jota Quest é uma das maiores do pop rock brasileiro. Criada em Belo Horizonte, Minas Gerais, as suas músicas rapidamente se espalharam pelo mundo e conquistaram o coração do público. Com muitos palcos pela frente, o grupo promete continuar a encantar a sua imensa legião de fãs.

Com mais de 25 anos de carreira, vocês têm muitas histórias para contar. O que ainda há para celebrar?
Marco Túlio: Há sempre muito a celebrar, principalmente quando se tem um grupo de cinco pessoas em que todas pensam de forma diferente, mas juntam-se para construir música em sintonia e com amizade. Conseguimos celebrar uma história de sucesso de 25 anos, e esse é o ponto crucial.

O que as vossas músicas novas trazem do ‘Jota Quest’ antigo?
Rogério Flausino: Estamos mais maduros. Claro que continuamos a fazer tudo como sempre fizemos, mas de forma melhor. Não temos a mesma energia de há 20 anos, mas temos experiência e sabedoria. Continuamos a querer evoluir. O Jota tem um traço de canções de esperança, de amor e união. Até quando fazemos canções mais divertidas encontra-se uma leveza que mostra a forma como olhamos para o mundo.

A vossa história também é composta por inúmeras parcerias musicais. Gostam de partilhar o vosso caminho com outros artistas?
RF: Já partilhámos a nossa música com mais de 100 nomes [artistas musicais]. Temos feito isso tanto com a geração mais nova como com a mais antiga, que são os nossos grandes ídolos. Partilhar formas diferentes de criar música e fazer algo a partir daí é muito bom. Lançámos um novo som com um artista da nova geração, o Dilsinho. Ele é muito talentoso, que sabe muito sobre música e harmonia, canta muito bem.

Partilhar a nossa visão do mundo com outras pessoas é lindo!

São uma banda de muitas gerações. É bom quando estão no palco e veem no público fãs mais velhos e outros mais novos?
MT: É muito bom, é ótimo! Neste momento da minha vida é uma satisfação enorme ver isso. Nós olhamos para os jovens nos concertos e lembramo-nos dos nossos filhos, que cresceram a ouvir Jota. Hoje em dia, não temos só filhos pequenos, mas também adolescentes.

RF: A família Jota está a crescer. Eu, por exemplo, tenho uma menina de 14 anos e outra de sete.  

Os vossos filhos ouvem ‘Jota Quest’?
RF: Acho que eles ouvem, nem que seja só o pai ou a mãe a cantar. Mas não sei se estamos na playlist principal deles. [risos]

MT: Tenho um filho de 17 e outro de 11 anos. O meu filho mais novo é, sem dúvida, o nosso fã número um. Chego a casa depois de uma turné e vejo o meu filho a ouvir ‘Jota Quest’. É muito bom. [risos]

Sentem-se realizados quando reparam que a vossa música está na ‘boca do mundo’?
RF: Sim. Lançámos no período da pandemia três singles, então ainda não tínhamos tido a oportunidade de ouvir as pessoas a cantar essas músicas. Fizemos muitos diretos nas redes sociais, e outras coisas digitais, e lá está… não tínhamos plateia. No início de novembro regressámos aos concertos presenciais. Foi a primeira vez que ouvimos as pessoas a cantar as músicas acabadas de sair. É uma sensação muito boa. Nós já sabemos que o público canta, mas ver as vozes das pessoas em sintonia a cantar músicas novas é mesmo muito bom. Poucas profissões dão um resultado assim tão imediato como este de cantar. É sempre uma sensação muito boa.

Quando partilham as novas músicas com o público também lhes estão a transmitir algumas das vossas histórias e experiências?
MT: Sim, a música é mesmo isso: criar uma ponte entre o artista e o público que se identifica com isso. A verdade de toda a mensagem passada está exatamente nessa expressão do que cada um de nós é, do nosso dia a dia, da nossa perceção do mundo. Às vezes são vivências ou situações que não são propriamente pessoais, mas acabam por ser uma perceção de alguma história. 

FONTE© D.R.